CPI quer transformar Catanduva em exemplo de combate a pedofilia

18/03/2009 - 22h48

Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
Catanduva (SP) - Os senadores que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia defenderam hoje (18) que a cidade de Catanduva (SP) se transforme em exemplo de combate a abusos sexuais de crianças e adolescentes. Os parlamentares estão no município, localizado a 379 quilômetros de São Paulo, apurando a existência de uma rede de pedofilia na cidade. Em discurso, eles chamaram a atenção das autoridades locais para que os culpados tenham punição exemplar e que seja criada uma rede proteção social mais ampla com objetivo de evitar casos de pedofilia.“Proponho a criação de uma CPI municipal para elaborar políticas municipais imediatas para proteção das crianças”, disse o presidente da CPI, senador Magno Malta (PR-ES), pouco antes de ouvir os depoimentos dos envolvidos no caso.  “Catanduva pode ser um exemplo de reação”, afirmouSegundo Malta, Catanduva é um caso atípico. Na cidade, existem suspeitas que indicam que, pelo menos, 40 crianças de uma só região do município tenham sido vítimas de abusos sexuais. Para evitar que o crime se repita, Malta defende a criação de uma força-tarefa contra a pedofilia na cidade.O senador Romeu Tuma (PTB-SP) afirmou que supostos casos de pedofilia de Catanduva têm duas razões principais, a participação do crime organizado no esquema de abusos e a ausência de uma rede de proteção social para as famílias das vítimas.  “As crianças ficam vulneráveis, pois as mães são pobres e têm que trabalhar”, disse.Tuma defendeu também a criação de uma legislação específica para punição de pedófilos. Ele afirmou que essas pessoas são, as vezes, vistas como doentes, porém “são criminosos irrecuperáveis”. “Se eles saírem da cadeia, vão voltar a abusar de crianças”, afirmouO senador João Nery (P-SOL-PA) também pediu a criação de leis contra pedofilia e afirmou que o problema não é exclusivo de Catanduva nem da população de baixa renda. “O problema atravessa raça, religião e cor, e transforma-se em uma chaga social. Essa chaga se reproduz sobre o manto da impunidade”, disse.