BNDES rebate acusação de protecionismo contra o Brasil

19/03/2009 - 20h53

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, refutou hoje (19) acusação do Banco Mundial (Bird) de que os países do G20, incluindo o Brasil, adotaram medidas protecionistas após a última reunião, realizada em novembro passado, em Washington. O G20 reúne países industrializados e emergentes em um fórum informal que promove debate aberto e construtivo sobre assuntos-chave relacionados à estabilidade econômica global.

“O Brasil tem se notabilizado pela aprovação da Rodada Doha [da Organização Mundial do Comércio-OMC]. Tem se empenhado  muito para a promoção do comércio, a remoção  dos picos tarifários, dos incentivos e dos  protecionismos descabidos. Então, eu acho que a gente está absolutamente tranqüilo com relação a isso”, afirmou Coutinho.

A acusação do Bird foi feita em relatório divulgado em Washington, no último dia 17. O documento exibia  uma citação do presidente da entidade, Roberto Zoellick, segundo o qual “o  isolamento econômico pode levar a uma sequência negativa de acontecimentos, como ocorreu nos anos 30, quando a situação piorou ainda mais”.

Coutinho disse que o protecionismo, neste momento, é um retrocesso  que pode levar ao agravamento da crise financeira, em todo o mundo. “Nós temos que manter o comércio internacional como uma das formas  de expansão, de criação de riqueza e  de desenvolvimento das economias, criando mais oportunidades para as economias em desenvolvimento”, afirmou.

O presidente do BNDES considera importante que na próxima reunião do G20, programada para abril,  haja reforço das instituições multilaterais, como o Fundo Monetário Internacional, para lidar com os problemas de liquidez, e as agências de fomento como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

“É preciso que elas recebam capitalização  adicional e, transitoriamente, garantias, para que possam manter  um firme esforço de desembolso nos próximos anos, em que o setor bancário privado está contraindo o crédito no mundo inteiro para as economias menos desenvolvidas, principalmente as economias mais pobres”. Segundo Coutinho, esta é a posição que o governo  brasileiro vem defendendo em todos os fóruns dos quais participa.