Presidentes da Caixa e do BB defendem criação do cadastro positivo para baixar os juros

18/03/2009 - 19h24

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os presidente do BancoBrasil (BB), Antonio Francisco Lima Neto, e da Caixa EconômicaFederal (CEF), Maria Fernanda Ramos Coelho, defenderam hoje (18) que o Congresso Nacional aprove o projeto do Cadastro Positivo de Credores para reduzir os juros de empréstimos. Esse cadastro pode mostrar quem são os bons pagadores no mercado. Também disseram que é importante a aplicação da portabilidade da conta bancária, que aumenta a concorrência entre os bancos ao permitir a transferência do cadastro dos clientes de uma instituição para outra. As duas iniciativas podem, segundo eles, reduzir o spread bancário (diferença que os bancos cobramentre a capitação de recursos dos clientes e a concessão de créditos) e diminuir os custos dos empréstimos. Lima Neto e MariaFernanda participaram de audiênciapública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) doSenado. Eles foram convidados a falar sobre a participaçãodos bancos públicos na adoção de medidas paraenfrentar os efeitos da crise financeira internacional na economiadoméstica.Lima Neto afirmou que oBanco do Brasil aumentou sensivelmente sua participaçãono mercado de crédito, especialmente depois de setembro de2008, com a deterioração da economia mundial, quando osbancos de investimentos estrangeiros estancaram a concessãode créditos para empresas brasileiras. Ele informou que omercado de crédito tem melhorado e o Banco do Brasil tem concedido em média R$ 1 bilhão em empréstimos por dia.Embora o BB trabalhe tradicionalmente com recursos direcionados para o setor rural, Lima Neto destacou que ainstituição passou a atuar mais na área daconcessão de empréstimos para capital de giro àsempresas necessitadas e financiamento das exportações.Atuaçãosemelhante também foi posta em prática pela CaixaEconômica Federal, de acordo com Maria Fernanda. Ela disse quealém do aumento das operações de créditopara casa própria – segmento que temcrescido desde 2004 -, a Caixa aumentou também a concessãode crédito para pequenas e médias empresas.Os presidentes da CEF edo BB argumentaram que a concessão de créditoconsignado, atrelado ao salário, foi de grande valia para aredução do spread, porque a modalidade deempréstimo não implica riscos de inadimplência,que responde sozinha por cerca de 37% na composição dospread. Lima Neto acredita que “se não fosse oconsignado, o spread hoje seria maior” que a taxa de 23%ao ano praticada em média pelo Banco do Brasil.A presidente da Caixa disse que a redução docompulsório bancário (dinheiro que os bancos sãoobrigados a depositar no Banco Central) criou mais flexibilidade paraos bancos em geral voltarem a conceder créditos. Segundo ela,outra medida que ajudou muito foi a mudança realizada pelo Banco Central para as instituições financeiras pudessem financiar mais as exportações.“Foi de providencial importância também a decisãodo BC de colocar parte das reservas internacionais à disposiçãodas empresas e bancos nacionais que têm dívidas a vencer até o fim deste ano no total estimado de U$ 35 bilhões”,afirmou. Para o presidente doBB, o dinheiro não deve sair apenas das reservasinternacionais, porque “o que o Banco Central fez foi dar uma opçãoa mais para as empresas se financiarem”. Na verdade, disse ele,