Ilha que teria desaparecido no Rio não passava de um banco de areia, diz instituto

18/03/2009 - 16h14

Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A notícia do desaparecimento de uma ilha, na Lagoa da Tijuca, zona oeste do Rio, divulgada pela imprensa na última semana, não passou de um equívoco. A suposta ilha, de aproximadamente 20 mil metros quadrados, era na verdade um enorme banco de areia que obstruía a circulação da água, segundo o diretor de recuperação ambiental do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Carlos Abenza. O desaparecimento da ilha foi divulgado pelaimprensa na semana passada após a comparação de duas imagens aéreas da Lagoa da Tijuca, uma de2004 e a outra de 2008. “Na época, foi feita umaabertura de canal submerso para melhorar a troca hídrica e denutrientes como também diminuir o problema da inundação,” explicouCarlos Abenza. “A própria natureza se encarregou de desfazer esseacúmulo de sedimentos, de lama e vegetação”. Ele falou queassoreamentos como esse são comuns em rios e lagoas. Segundo Abenza, na Foz do RioParaíba, por exemplo, há bancos de areia com bem mais de 20 mil metros quadrados.O diretor explicou que o projeto original de recuperação da lagoa, iniciado em 2003, previa a ligação do complexo lagunar ao mar pelo Canal de Sernambetiba, no Recreio dos Bandeirantes. No entanto, umestudo ambiental mostrou que a ligação da lagoa - que está poluída -com o mar acabaria contaminando um trecho de praia limpa e as obras foram interrompidas. Já existe uma ligação da Lagoa da Tijuca ao mar por meio do Canal da Joatinga. Oprojeto foi refeito e prevê canais submersos, além do desassoreamento e da dragagem daqueles do sistema lagunarpor meio de uma parceria com a iniciativa privada, sem ônus para o estado. “O material dragado pode ser utilizado para aterro por empresasde construção”, disse o representante do Inea que explicou que otransporte dos resíduos retirados e sua destinação final são o que maisencarece o projeto.Segundo o diretor do órgão, o Relatório Ambiental Simplificado (RAS) estará concluído em abril,quando será encaminhado para o licenciamento. “Estamos aguardandoapenas o resultado das análises de sedimento, do material de fundo quedeve ficar pronto no fim deste mês e a partir de maio podemos recomeçar as obras e buscar parcerias com a iniciativa privada.”