Delegada admite erros graves em investigação sobre pedofilia em Catanduva

18/03/2009 - 19h41

Vinicius Konchinski
Enviado Especial
Catanduva - Adelegada Rosana da Silva Vani reconheceu hoje (18) que cometeu errosgraves durante o inquérito que apurou denúncias de pedofilia emCatanduva (SP). Durante depoimento na audiência pública da ComissãoParlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia realizada na cidade, Rosanadisse ter avisadoao advogado de defesa que a polícia faria uma diligência nacasa de um dos suspeitos em busca de provas que poderiam ligá-lo à suposta rede depedofilia existente no município.“Reconheço que foi uma falhagrande”, disse ela, quando questionada pelos senadores sobre críticasde testemunhas ao trabalho da Polícia Civil. “Foi uma precipitação, umafalta de análise racional.”A diligência da polícia deveria fazer a apreensão da CPU de um computador que supostamenteconteria vídeos e fotos de crianças vítimas de abusos sexuais. Adelegada confirmou que quando chegou à casa do suspeito, minutos apósfalar com seu advogado, não encontrou a CPU no local.A delegadatambém admitiu que a sessão de reconhecimento de suspeitos que elapromoveu com crianças que supostamente sofreram abuso não foi adequada. Naocasião, a delegada levou as crianças para uma sala após terem prestado depoimento e sem a presença das mães - o que fere oEstatuto da Criança e do Adolescente (ECA).Rosana justificou-sealegando que nenhum membro do Ministério Público que acompanhava asessão se manifestou sobre alguma irregularidade. Disse, contudo, quefez o que achava melhor para a ocasião. “Tentei fazer o melhor quepude”, afirmou. “Achei que qualquer falha seria mencionada pelospromotores. Como não foi...”Depois do depoimento de Rosana, opresidente da CPI da Pedofilia, Magno Malta (PR-ES), afirmou que a falhada delegada é grave. Para ele, os erros podem ter comprometido provas capitais da investigação sobre a existência de uma rede de pedofilia no município.