Deputados da CPI dos grampos se réunem com juízes das operações Satiagraha e Chacal

17/03/2009 - 21h45

Elaine Patricia
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Depois de passar a tarde de hoje (17) em reuniões com juízes federais, os deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Escutas Telefônicas Clandestinas deixaram São Paulo sem a certeza de que vão conseguir suspender o sigilo das operações Satiagraha e Chacal da Polícia Federal. Apesar da incerteza, os deputados deixaram a sede da Justiça federal em São Paulo afirmando que as reuniões foram “um sucesso”.“Eu diria que foi um avanço extraordinário a vinda nossa, da CPI, a São Paulo para visitar os juízes encarregados dos inquéritos, porque nós estamos esclarecendo aos juízes que o foco da nossa CPI é a questão das escutas telefônicas e que há a necessidade de compartilhamento das informações, não só das sigilosas, mas das que puderem ser abertas para que a CPI possa ter uma convicção sobre os indiciamentos”, disse o deputado federal Vanderlei Macris (PSDB-SP), ao deixar o prédio da Justiça federal. Os integrantes da comissão conversaram com os juízes Fausto De Sanctis, responsável pelo processo dos acusados da Satiagraha, Luiz Renato Pacheco, da Chacal, e Ali Mazloum, juiz  que atua no processo das investigações sobre o vazamento de informações da Operação Satiagraha. De acordo com os deputados, o juiz Fausto De Sanctis é o que deve oferecer maior resistência à abertura do sigilo da Operação Satiagraha. “O juiz De Sanctis me pareceu mais cauteloso e pediu por escrito os pedidos da CPI para ele analisar e julgar e tomar a decisão sobre o compartilhamento dessas informações. O último juiz [Pacheco] disse que está de passagem pela vara e não tem informações, mas tem todo o interesse não só em dar os detalhes da Operação Chacal, remetidos à Justiça estadual, mas também fazer um levantamento sobre os 21 volumes da operação e analisar qualquer informação que possa ser útil à CPI”, afirmou Macris.A conversa dos deputados com o juiz Ali Mazloum foi diferente, já que o juiz havia suspendido o sigilo da operação na semana passada. “No meu entender, o doutor Ali Mazloum já cumpriu com o seu dever legal de compartilhar os dados com a CPI”, disse Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), presidente da CPI.De acordo com o deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), relator da CPI, a intenção da comissão não é pedir o fim dos sigilos fiscais e bancários dos envolvidos nas operações, mas informações sobre se houve interceptações telefônicas ilegais no decorrer das operações. De acordo com os deputados, há a possibilidade de que ocorram acareações de vários investigados pela CPI. Segundo o relator da CPI, Nelson Pellegrino, podem ser feitas, por exemplo, acareações entre o delegado Protógenes Queiroz e agentes da Abin.