Procurador diz que não sabia da participação de agentes da Abin na Satiagraha

16/03/2009 - 15h53

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Oprocurador da República Rodrigo de Grandis, responsávelpelas investigações da OperaçãoSatiagraha, negou ter sido informado pelo delegado da PolíciaFederal Protógenes Queiroz sobre a participaçãode agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)nas investigações do caso.Em nota à imprensa, o procurador responde àVeja desta semana – segundo a revista, durante a operação,o delegado Protógenes teria sido apoiado por “mais de 80espiões da Abin”, e ele (de Grandis) e o juiz federal FaustoDe Sanctis teriam conhecimento do fato. De acordo com o procurador, nenhum documento dosinquéritos e do processo relativos à Satiagraha cita aparticipação dos agentes da Abin e “todos os atos depolícia judiciária são assinados por delegados eagentes de Polícia Federal”.Mesmo ressaltando não ter sido informadosobre a participação de agentes da Abin na OperaçãoSatiagraha, o procurador afirma não encarar isso como crime ouilegalidade. “A Lei do Sistema Brasileiro de Inteligência(Sisbin) prevê a participação de agentes deinteligência e o compartilhamento de dados entre a políciae os demais órgãos de inteligência. Sustentar quea participação da Abin é ilegal é o mesmoque apontar que a participação do Bacen [BancoCentral], numa investigação de fraude financeira,ou da Receita Federal, numa investigação fiscal, porexemplo, é ilegal”, diz a nota do procurador. De Grandis também ressalta que, se a formacomo a participação da Abin foi comunicada pelodelegado Protógenes aos seus superiores feriu os regulamentosinternos da Polícia Federal, “isso deve ser tratado somenteno âmbito administrativo, mediante investigaçõesda própria polícia”.