Crise reduzirá lucro da Petrobras Distribuidora em 2009

16/03/2009 - 19h16

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Oconsumo de óleo pela indústria brasileira deverá continuar em queda “pelomenos” nos próximos três meses, em conseqüência da crise financeirainternacional. Ela seguirá o mesmo ritmo do último trimestre do ano passado e deve reduziro lucro da Petrobras Distribuidora em 2009.Aavaliação foi feita hoje (16) pelo presidente da empresa, José Eduardo Dutra, ao divulgar o lucro líquido da companhia , em 2008, que foi de R$ 1,289 bilhão, o maior já registrado pelacompanhia.Os indicativos são de que o consumo tanto do óleo dieselquanto do óleo combustível voltado para o setor industrial – principalmente de grandesconsumidores como a Vale e o setor de papel e celulose – continuarão retraídospelo menos nos próximos três meses e isto trará, sim, redução no faturamento daBR para este ano”, informou.Dutra esclareceu, porém, quedificilmente o resultado consolidado da companhia ficará menor este ano, emrelação a 2008, porque a empresa está incorporando os ativos da Alvo no Norte,Nordeste e Centro-Oeste, adquiridos da Ipiranga e que passarão a compor a carteirada BR após a autorização  de incorporação dada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica(Cade).“O que vai acontecer é que o lucroda BR provavelmente será influenciado pela retração das vendas para algunssetores da industria, mas como serão incorporados novos ativos a tendência é deque este lucro se mantenha pelo menos no mesmo patamar deste ano”, disse. AAlvo foi criada pela Petrobras para abrigar os ativos da Ipiranga,que ficaram com a estatal, até que o Cade desse aval positivo para o negócio(aprovasse), o que já aconteceu. Pelo acordo de venda dos ativos da Ipiranga - ondeuma parte ficou com os grupos Ultra e Brasken - a BR terá até 2012 parasubstituir a bandeira Ipiranga pela bandeira BR.José Eduardo Dutra revelou que no últimotrimestre de 2008 a companhia registrou queda de 60 milhões de litros de óleo mensais,devido à retração da demanda industrial, principalmente das empresas deexportação. "Assim como a crise afetou diversos setores, afetou também o mercado dedistribuição e isto é, de certa forma, natural”, disse Dutra, para depoisacrescentar que o mercado consumidor industrial representa de 10% a 15% dasvendas totais da BR. O presidente da BR não acredita que a retração chegue ao mercadovarejista, embora nos meses de novembro, dezembro e janeiro ele tenha andado "meiode lado e com alta de apenas 1% em relação ao período anterior”.Ele estimou, porém, que o mercado do etanolcontinuará em alta em razão principalmente do crescimento da frota flex fuel,que continua em franca expansão no país."O mercado do álcool vai continuarcrescendo enquanto aumentar a frota flex e a diferença de preço entre a gasolinae o álcool persistir. Isto, é claro, também se refletirá em uma maior retração domercado de gasolina".