Ibama inicia amanhã operação contra desmatamento na Amazônia

15/03/2009 - 1h19

Leandro Martins
Repórter da Rádio Nacional da Amazônia
Brasília - O Insituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) inicia amanhã (16)a Operação Arco Verde, que prevê ações contra odesmatamento florestal e alternativas para o desemprego no setormadeireiro da Amazônia.O Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia para 2009 foi anunciado na sexta-feira(13) pelo coordenador-geral de Fiscalização do Ibama, Luciano Evaristo, ementrevista à Rádio Nacional da Amazônia.De acordo com Luciano Evaristo, o Ibamavai intensificar a fiscalização contra o desmatamento este ano. Estão previstas trezentasações, cem a mais do que em 2008. E o órgão vai contar com reforços,como aviões para observação de áreas afetadas, e também para transportede fiscais e equipamentos. Evaristo fez um alerta para quem ainda atuana ilegalidade."O Ibama vai apertar com força a questãodo desmatamento ilegal. Os cidadãos que alugarem caminhões paratransporte de madeira, que não o façam, porque perderão seus bens.Aqueles empresários das serrarias, que estejam trabalhando com madeirailegal, fiquem sabendo que a madeira será apreendida e retirada da serraria, e a serrariaserá lacrada", advertiu Evaristo.As medidas do plano surgiram de uma parceria, queenvolve catorze ministérios mais a Casa Civil. Um deles é o Ministério doTrabalho e Emprego, que vai pagar auxílio-desemprego para quem perderseu ganha-pão por trabalhar para patrões que exploram madeirailegalmente. Também vão ser distribuídas cestas-básicas. LucianoEvaristo fez uma advertência aos empregadores, que submetem seusempregados a condições análogas à escravidão."Aquelas pessoas, aquelas empresas que estiverem explorando trabalhoescravo, na medida que não garantam os direitos trabalhistas, serãoautuados por irregularidades trabalhistas e, ao mesmo tempo, oMinistério do Trabalho e Emprego vai trazer a proteção social àquelestrabalhadores, que ficarem desempregados, através de mecanismos doseguro-desemprego, por exemplo, além de aplicar multas e exigir das empresas os pagamentos devidos dos direitos trabalhistas dos seus empregados", explicou Evaristo.Mas o coordenador do Ibama disse que existem outras opções para quem trabalha na região. "Tentar trazer outras alternativas, que visem mudar o modelo deexploração predatória da floresta. Aquelas economias municipais, queainda estiverem baseadas na extração ilegal da madeira, fatalmente terãoque procurar outro rumo sustentável. Já está na hora dos sindicatos,das associações, trabalharem os setores para procurarem a exploraçãosustentável da madeira via plano de manejo", disse o coordenador-geral de Fiscalização do Ibama.Luciano Evaristoinformou ainda que o orçamento do Ibama para este ano está maior,passando de R$ 60 milhões para R$ 80 milhões. "Mas esse valor podeaumentar, se for necessário, para o combate ao desmatamento na região amazônica", garantiu ele.