Príncipe Charles promete apoio a populações tradicionais da Amazônia

13/03/2009 - 21h22

Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - O dirigente da Coordenação dasOrganizações Indígenas da AmazôniaBrasileira (Coiab), Jecinaldo Sateré, disse (13) que opríncipe Charles, da Inglaterra, prometeu apoio àspopulações tradicionais dessa região. Durantevisita a Manaus, o herdeiro do trono inglês se reuniu com umgrupo de representantes de povos da floresta e de populaçõesindígenas do Amazonas, Acre e Amapá.“Eleprometeu à Aliança dos Povos da Floresta que irátrabalhar alternativas e será um aliado dos povos tradicionaisda Amazônia no combate às questões que afetam obem-estar da região, sobretudo no que se refere ao tema dasmudanças climáticas”, acrescentou Jecinaldo.Segundoele, durante a reunião foram abordadas questõesrelacionadas aos problemas da Amazônia, à preocupaçãodos povos tradicionais da região com o desequilíbrioambiental e às lutas indígenas para reconhecimento dedireitos e de terras, travadas em áreas como a da reservaRaposa Serra do Sol, em Roraima. Uma carta pedindo apoio da monarquia britânicaà criação de um Fundo de Proteçãoe Conservação dos Territórios Indígenasfoi entregue ao príncipe. De acordo com Jecinaldo, o príncipese comprometeu a buscar alternativas para atendimento dasreivindicações e disse que a partir de agora faráparte da Aliança dos Povos da Floresta.“Odesmatamento é um dos principais problemas e, por isso,estamos buscando a criação de um fundo para quepossamos garantir a proteção das unidades deconservação, das terras indígenas e,principalmente, garantir a sustentabilidade dos povos indígenas.O príncipe disse que vai analisar e vai apoiar o fundo”,acrescentou o líder indígena.Charles reuniu-secom os representantes dos povos tradicionais da Amazônia em umareserva florestal pertencente ao Instituto de Permacultura daAmazônia (IPA), local em que se desenvolve um projetonão-governamental para ensino de técnicas deagricultura permanente. O príncipe fez também umacaminhada de cerca de 400 metros pela área florestal paraconhecer o trabalho feito no local. O fundador do IPA, Carlos Miller, disse que espera ter contribuídocom informações sobre as tecnologias que funcionam naAmazônia. O projeto do IPA existe há dez anos e a jácapacitou quase 5 mil alunos.“Esperamos que as informaçõesque o príncipe recebeu no IPA sirvam para ajudá-lo natomada de decisões de forma mais estratégica. Terrecebido a visita de uma pessoa como o príncipe, que seráo rei da Inglaterra e exercerá um papel cada vez maisimportante no planeta na sustentabilidade ambiental, éabsolutamente fundamental. Trata-se da construção de umprocesso coletivo entre populações da Amazônia edo Reino Unido, que é um país estratégico”,concluiu Miller..