Cresce atendimento do Procon de São Paulo

13/03/2009 - 17h05

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O número de consumidores que procuraram a Fundação Procon de São Paulo para fazer reclamações contra prestadores de serviços e fornecedores de produtos ou mesmo para buscar orientações aumentou de 2007 para 2008, passando de 515.681 para 531.116. Deste total, 6,80% eram reclamações. Segundo o Procon, a maioria dos consumidores (61,04%) conseguiu resolver os problemas.Esses dados fazem parte de um levantamento feito pelo Procon de São Paulo para marcar as comemorações dos 18 anos de vigência do Código de Defesa do Consumidor (CDC), que serão completados no próximo domingo (15). As queixas contra os serviços essenciais lideram a lista dos setores que mais deixaram os consumidores descontentes chegando a 32,93% das reclamações, seguido pela área de produtos (25,47%) e questões financeiras (23,25%).A telefonia está entre os setores com maior número de queixas e a empresa espanhola Telefonica ocupa o topo da lista, a exemplo dos dois últimos anos. Entre as instituições com mais reclamações está o Banco Itaú, na segunda posição, a empresa de celular TIM, em terceiro, o Unibanco, em quarto e a Brasil Telecom (telefonia móvel), em quinto. O secretário da Justiça e da Defesa da Cidadania, Luiz Antonio Marrey, defendeu que experiências bem sucedidas em negociações coletivas para buscar soluções devem ser mais exploradas. A intenção do órgão, conforme adiantou, é usar os dados estatísticos para mapear as áreas e empresas campeãs de reclamações para depois convocar as partes e propor encontros coletivos de negociações. "As empresas reclamadas têm a obrigação de melhorar o atendimento”, observou o secretário. Ele informou que as reuniões coletivas podem começar nos próximos 30 dias.Segundo o diretor de atendimento do Procon, Evandro Zuliani, os casos mais comuns de reclamações contra a Telefonica refere-se às cobranças indevidas de serviços que, na verdade, não foram prestados. “Existem situações de vendas incompatíveis com a região em que esse consumidor deveria receber os serviços.”O diretor executivo da Fundação Procon-SP, Roberto Pfeiffer, afirmou que a melhoria de renda da população levou ao aumento do consumo e, com uma base maior de clientes, as empresas deixaram o atendimento de lado. "O ideal é que essas empresas solucionem os problemas de seus clientes, sem propagandas enganosas”, defendeu. Ao longo de 2008, de um total de 27.747 reclamações fundamentadas, 26% (7,2 mil) referem-se à área de prestação de serviços essenciais. Só a Telefonica recebeu 3.601 queixas e deixou de atender 638 delas. Casos de mau atendimento de empresas que operam no segmento de TV por assinatura também faz parte da lista.Já na área de produtos, aparece como líder a Gradiente/Philco com 687 queixas e 605 não atendidas. Em seguida, a Sony Ericsson com 531 queixas e 82 não atendidas. A maioria dos consumidores vai ao Procon para reclamar da qualidade dos aparelhos celulares e também do atendimento ao cliente. Nas compras pela internet, os computadores são os produtos que mais apresentam problemas, de acordo com os registros do Procon.