Professor da PUC defende redução nos impostos incidentes em folha de pagamento

12/03/2009 - 18h08

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O professor de economia da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, José Márcio Camargo, disse hoje (12) que o governo poderia ter um instrumento mais eficaz de combate aos efeitos da crise financeira mundial sobre a economia brasileira se reduzisse os impostos incidentes na folha de pagamento do trabalhador. Ele participa, no Senado, de audiência pública da Comissão de Acompanhamento da Crise.“O governo tem feito uma série de programas, e todos justificáveis, para garantir os empregos. Eu não faria nada disso, concentrar os investimentos em determinados setores. Eu gastaria tudo para reduzir os impostos cobrados na folha de pagamento”, afirmou.Segundo o economista, essa medida surtiria mais efeito do que a aplicação de recursos governamentais em setores específicos como vem sendo executado. José Márcio Camargo afirmou que tal medida aumentaria o salário, aqueceria a economia e ajudaria a reduzir a informalidade no mercado de trabalho.O professor da PUC avalia que a crise econômica que acertou em cheio os mercados do primeiro mundo deve atingir o Brasil “de forma cavalar”. E ressaltou a necessidade de o Brasil manter o superávit primário e níveis compatíveis da relação entre a dívida interna e o Produto Interno Bruto (PIB).Camargo justifica que o dinheiro captado para financiar os déficits registrados nos países do primeiro mundo concentram-se, basicamente, nos Estados Unidos e na Europa. “Quanto menor for o nosso déficit melhor será a capacidade do Brasil no enfrentamento da crise”, disse.O economista afirmou ainda que, ao contrário da crise de crédito verificada nos Estados Unidos e nos países europeus, a situação da economia brasileira está bem melhor porque não houve um colapso neste setor. “Houve uma redução [no Brasil], mas o Banco Central supriu esta demanda”.