Lançada a 2ª Conferência de Igualdade Racial

12/03/2009 - 16h39

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Em meio a roupascoloridas e penteados afro foi lançada hoje (12) a 2ª Conferência de Igualdade Racial, que será realizadaentre os dias 25 e 28 de junho com o tema Os avanços, osdesafios e as perspectivas da Política Nacional de Promoçãoda Igualdade Racial.Antes da etapanacional serão realizadas conferências estaduais edistritais e também plenárias com comunidadestradicionais de indígenas, ciganos, quilombolas e comunidadesde terreiro.Esses encontros vãodiscutir os temas que serão levados para a etapa nacional,quando os participantes avaliarão os avanços alcançadosdesde a primeira conferência, realizada em 2005.Durante a cerimôniade lançamento, o ministro da Secretaria de Promoçãoda Igualdade Racial, Edson Santos, disse que a conferêncianacional vai provocar discussões “profundas” e mesmo“duras” em alguns momentos que resultarão em avaliaçãodas políticas públicas de promoção daigualdade racial e na identificação de desafios.O presidente daFundação Palmares, Zulu Araújo, avalia que desdea primeira conferência houve avanços significativos parao movimento negro. “Temos dados muito concretos e positivos na áreade ações afirmativas, na área educacional temoshoje mais de 270 mil jovens afro-descendentes no ensino superior.”Segundo ele, ainda épreciso consolidar as conquistas alcançadas e discutir formasde tornar mais velozes questões como a regularizaçãofundiária dos quilombolas e na área de saúdepara a população negra.A cigana MiriamStanescon comemora o espaço conquistado pelo movimento ciganona discussão de políticas de igualdade e diz que oacesso do povo cigano a educação ainda éprecário e precisa ser trabalhado no encontro nacional, emjunho.Ela conta que essadificuldade é provocada pelo preconceito contra as criançasciganas e pela característica do povo de se mudar comfreqüência. “Meu povo saiu da invisibilidade que hátempos somos submetidos, meu povo não tem direito àeducação”.O subsecretáriode comunidades tradicionais da Secretaria da Igualdade Racial,Alexandro Reis, afirma que um dos desafios a ser levado para a etapanacional é a discussão sobre como garantir que as açõesde igualdade racial sejam incorporadas pelos estados e municípios.“Um desafio étransformar as ações que são de governo em açõesde Estado. É preciso ter políticas que estejamgarantidas em orçamentos não só da União,mas de estados e municípios”.Ao discursar duranteo evento de lançamento da conferência, o ministro doEsporte, Orlando Silva, disse que um país com uma populaçãonegra tão numerosa quanto o Brasil deveria ter mais ministrosnegros. Atualmente são dois os ministros negros, o próprioSilva e o ministro da Secretaria de Promoção daIgualdade Racial, Edson Santos.