Crise econômica afetou emprego na indústria com defasagem, avalia IBGE

12/03/2009 - 1h15

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A crise econômica mundial atingiu o emprego na indústria brasileira com “uma certa defasagem” em relação aos reflexos que teve sobre a atividade industrial. A avaliação é da economista do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Denise Cordovil.Pesquisa divulgada hoje (12) pelo instituto mostra que o emprego industrial  teve a maior queda na comparação com o mesmo mês do ano anterior e chegou ao menor nível da séria histórica, iniciada em 2001. O recuo foi de 2,5%. A taxa mais baixa foi de 2,1%, registrada em fevereiro de 2002. Na comparação com o mês anterior, é o quarto recuo consecutivo (1,3%).  “A atividade industrial vinha dando sinais de desaquecimento em outubro. A redução forte do emprego começou ao final do ano, em novembro, dezembro e em janeiro, quando os indicadores foram mais negativos”, afirmou.Embora a atividade industrial dê sinais de arrefecimento desde o ano 2008,  aparece agora, de forma acentuada, no emprego, afirma a economista. "Em relação ao ambiente econômico, o emprego responde com uma certa defasagem". Denise explica que, antes de demitir ou contratar, os empregadores avaliam as condições econômicas, a demanda e o nível dos estoques, por exemplo.“Os empresários observam as condições para produzir. Empregar e demitir pessoas têm custos. Portanto, antes de demitir, em um cenário negativo, as empresas reduzem a jornada de trabalho, o pagamento de horas extras. A demissão vem depois.”De acordo com IBGE, o índice que mede horas pagas ao trabalhador também ficou negativo pela quarta vez consecutiva. O recuo foi verificado tanto na comparação com o mês anterior quanto na relação com o ano anterior. A folha de pagamento também teve queda na comparação com dezembro do ano passado, de 1,2%.