Usinas do Rio Madeira reduzem impacto da crise em Rondônia

11/03/2009 - 8h28

Luana Lourenço
Enviada Especial
Porto Velho (RO) - A crise financeira internacional e as previsões de queda no crescimento econômico do país parecem não ter chegadoa Rondônia, principalmente à capital, Porto Velho, que vive a euforiade um empreendimento orçado em mais de R$ 21 bilhões - o ComplexoHidrelétrico do Rio Madeira, formado pelas usinas de Santo Antônio eJirau.Depois de alcançar resultados acima da média nacional em2008, os setores industrial, de comércio e serviços apostam em maiscrescimento para este ano. No Natal, o crescimento das vendas nacapital, em relação ao ano anterior, chegou a 17%. “De modo geral, PortoVelho foi a cidade com maior crescimento per capita do Brasil. E paraeste ano a perspectiva é de crescer cerca de 30%”, diz o presidente daFederação do Comércio (Fecomercio), Francisco Linhares. O primeiro shopping center da cidade foi inaugurado em novembro eas obras do segundo deverão ser concluídas até 2010. Grandes gruposcomo Votorantim e as multinacionais Alstom, Carrefour e Makro tambémestão se instalando na região. Para o setor industrial, aperspectiva também é promissora, na avaliação do presidente daFederação das Indústrias de Rondônia (Fiero), Denis Roberto Baú, queaposta em “um crescimento contínuo” nos próximos anos. Segundo ele,o pico de contratação das indústrias será em meados de 2010, quandocada uma das usinas deverá terá 10 mil trabalhadores na construção.Deolho na demanda dos consórcios responsáveis pelas obras, a Fiero estáagrupando empresas para garantir o fornecimento de pedidos queindividualmente não conseguiria atender. A idéia é evitar ao máximoque as usinas comprem produtos de fora do estado, como aconteceurecentemente com a madeira, o que gerou mal-estar entre o governadorIvo Cassol e a construtora Odebrechet, que toca a obra de SantoAntônio. “Não foi intencional. Já reunimos governador eempresários. Pedimos aos consórcios que nos repassem a especificação damadeira que necessitam e a indústria rondoniense certamente vaiproduzir dentro desses parâmetros”, minimizou Baú. De acordocom os empresários, o único setor econômico do estado afetado pelacrise até agora foi a pecuária, que perdeu compradores internacionaispor causa da recessão. Segundo Linhares, da Fecomercio, o único caso dedemissão em massa no estado nos últimos meses foi justamente o de umfrigorífico, que dispensou 400 funcionários. “Estamos orientando nossosindustriais a redirecionarem suas estratégias de vendas para atender omercado interno, porque esse sim está aquecido”, afirmou Denis Baú. Paraevitar que o fim das obras das usinas, previstas para entrarem emfuncionamento em 2013, deixe o setor com capacidade ociosa, orepresentante da indústria aposta na saída para o Pacífico. SegundoBaú, a chamada Rodovia Transoceânica – construída com 85% de capitalprivado – deverá estar completamente pavimentada até julho de 2010. “Vamos fazer o intercâmbio comercial do Brasil, da indústria de Rondônia, com os países andinos”.