Lula deve pedir a Obama fim do embargo a Cuba

11/03/2009 - 20h28

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Cuba não pediu aintermediação do Brasil – como fez a Venezuela –mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve pedir aopresidente dos Estados Unidos, Barack Obama, o fim do embargoeconômico imposto à ilha há 50 anos. Os doispresidentes se encontrarão em Washington no próximosábado (14).Num contexto em que se fala da região,“é inevitável falar do tema de Cuba, mesmo semmandato”, disse o ministro das relações Exteriores,Celso Amorim. “A relação dos Estados com Cuba éuma relação anômala em relação aoresto do continente. Não há dúvida de que é”,afirmou o ministro, ao falar sobre a visita que o presidente Lulafará aos Estados Unidos entre os dias 14 e 16 deste mês.“Cuba é muito simbólica na AméricaLatina para a maneira com que os Estados Unidos olham para a regiãoe respeitam a diversidade. Esse respeito à diversidade émuito importante”, ressaltou o chanceler, lembrando que as recentesmedidas de Obama, como a decisão de fechar a prisão deGuantânamo e a de permitir que cubanos que vivem nos EstadosUnidos visitem a ilha, mostram que Cuba já está naagenda do novo governo. Segundo Amorim, no encontro com opresidente americano, Lula dará grande ênfase a temashemisféricos e ressaltará que é importantecompreender as transformações políticas daAmérica Latina, resultado dos anseios dos povos da regiãopor mudanças sociais. “É, com modéstia ehumildade, ajudar que o presidente Obama olhe para cá com aótica certa, e a ótica certa tem que levar em conta osprocessos de mudança que ocorrem na América Latina e noCaribe”, explicou o chanceler. Lula também tentaráamenizar o clima tenso entre os Estados Unidos e alguns paísesda América Latina, como a Bolívia, que acaba deexpulsar um diplomata americano do país, e a Venezuela, quemanteve relações tensas com Washington durante ogoverno de George W. Bush.

“Épreciso, dentro desse contexto, contribuir para que eventuaismal-entendidos que se tenham criado ou eventuais relaçõesconflitivas que se criaram em certos episódios possam sedissolver”, reiterou Amorim. Na avaliação doministro, Barack Obama estará aberto ao diálogo.