Lula criticará protecionismo em encontro com Barack Obama

11/03/2009 - 21h22

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva transmitirá ao novo governonorte-americano a mesma mensagem que levará à cúpula do G20 financeiro:é preciso evitar a tentação de responder à crise econômicainternacional com medidas protecionistas.  “É natural que no contextodo combate à crise financeira, o tema do protecionismo seja levantado”,afirmou o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, em conversacom jornalistas sobre a visita do presidente Lula aos Estados Unidos. De acordo com o chanceler, em seu encontro com o presidente Barack Obama, no próximo sábado (14), Lula procurará mostrar a Obama que é difícil viver em prosperidade semque os países vizinhos também sejam prósperos. “Como fazer isso?Imagino que evitar medidas protecionistas é uma das maneiras. Concluira Rodada  Doha sem fazer exigências excessivas é outra delas”, disseAmorim. Outra possibilidade seria um aumento dos aportes do BancoMundial ou do Banco Interamericano de Desenvolvimento para odesenvolvimento da região. A crise econômica mundial e aspreocupações recíprocas com mudança do clima e segurança energéticaservirão de gancho para Lula falar com Barack Obama sobre as barreiraspara entrada de etanol brasileiro no mercado norte-americano. “Já queos Estados Unidos têm uma preocupaçãio de diversificar a matrizenergética e, ao mesmo tempo, de contribuir na questão da mudança doclima, temos uma boa receita para isso: eliminar a tarifa para oetanol”, ponderou o chanceler. Os dois presidentes também devemfalar sobre cooperação bilateral e trilateral (em terceiros países) esobre a reunião de líderes do G20 financeiro, marcada para 2 de abril, em Londres, e a Cúpula das Américas, que acontece entre 17 e 19 de abril em Trinidad e Tobago.Emum rápido balanço das relações bilaterais, o chanceler ressaltou aintensificação das consultas políticas, tanto em questões da  regiãoquanto em temas extra-zona. “Na própria OMC, embora Brasil e EstadosUnidos possam ter descordadoem relação a alguns pontos, mas foram forças impulsionadoras”, frisouAmorim. “Isso não é uma coisa que possa ser desprezada pois criaatmosfera que permite também que outras relações se desenvolvam”,completou. Como exemplo, citou a expansão do comérciobilateral, que cresceu mais, em 2008, do que o intercâmbio dos EstadosUnidos com aqueles países com os quais têm tratados de livre-comércio. “Agora,além dos interesses dos países, que continuem existindo, há umaafinidade intelectual que vai permitir que essa relação, que já é boa,possa ser muito mais aprofundada”, avaliou Amorim.