Exportadores de frango reclamam de queda nas vendas por causa de protecionismo

11/03/2009 - 17h06

Ivy Farias
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Acarne de frango é um dos produtos brasileiros mais afetadospelas políticas protecionistas adotadas por muitos países,afirmou hoje (11) o presidente da Associação Brasileirade Exportadores de Frango (Abef), Francisco Turra. "Tivemosqueda de 5,2% no volume de vendas." Os resultados sãoreferentes ao primeiro bimestre de 2009, comparados com o mesmoperíodo do ano anterior.Segundo dados divulgados pela Abef, a receitacambial caiu 28,2%, se for comparada com os números de 2008.Nos países da União Européia, por exemplo, aqueda representou 6% no volume das vendas e 22% a menos na receitacambial. Turra ressaltou que o continente sul-americanoestá agindo segundo preceitos econômicos de priorizar oque produz antes de comprar qualquer produto estrangeiro. "Essatem sido uma de nossas maiores dificuldades. Além deproblemas com a instabilidade do câmbio e com o preço dascommodities [produtos básicos com cotaçãointernacional], como o milho e a soja, enfrentamosbarreiras com as cotas, regras sanitárias e tarifasespecíficas para o frango".De acordo com a Abef, a Europa é o quartomaior produtor de frango do mundo e está querendo aprovar umaregra exigindo que os produtos sejam feitos com carne de frangofresco. "Assim o frango congelado que vem do Brasil ficaráde fora", afirmou o diretor executivo da associação,Christian Lohbauer.Nas exportações para a África,a queda de 6% também está relacionada a exigênciasde novos exames. "Não queremos a exportaçãoirregular, mas sim descomplicar os processos", afirmou Turra."Esse protecionismo é uma guerra que começa aacontecer."Apesar da queda em certos mercados, a Abef propõe"um crescimento ousado" de 5% para este ano em comparaçãocom 2008. "A abertura do mercado chinês está quasecompleta, e a Argélia abriu o mercado para produtos cozidos",disse Turra. Para a associação, apesar da queda de 11%no volume das vendas, a Ásia ainda é um mercadopromissor. "Esperamos exportar 500 mil toneladas decarne de frango para a China", afirmou Lohbauer. No OrienteMédio, a perspectiva também é positiva: depoisda Feira de Dubai (maior cidade dos Emirados Árabes Unidos),os empresários vêem uma possibilidade de recuperaçãodo mercado. "Nessa região, as vendas caíram 4%",disse Turra.Além das barreiras protecionistas, a Abefressaltou a necessidade de queda dos juros para as cooperativas e demaior concessão de crédito. "Vemos notíciasde que há crédito, mas ele não chega àponta", contou Lohbauer. Segundo ele, empresas com excelentereputação no mercado e bons balanços estãopedindo empréstimos para fazer o capital girar, sem sucesso."Ninguém está querendo fortunas, mas nem assimconsegue."