Queda do PIB não afeta otimismo de empresas do Pólo Industrial de Manaus

10/03/2009 - 17h42

Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - Apesarda queda de 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB) no últimotrimestre do ano passado, as indústrias instaladas no PóloIndustrial de Manaus mantêm-se otimistas e esperam retomar ocrescimento nos próximos meses. O diretor executivo do Centroda Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Ronaldo Mota,disse que a expectativa do setor é positiva, embora todosentendam que dependem do comportamento de outras economias. Motaressaltou que a queda no PIB brasileiro era esperada, pois reflete ummomento financeiro internacional. “O mundo inteiro está emcrise, e o Brasil não está isolado disso, porque dependede exportações”, afirmou Mota. Ele observou que o paísdepende também dos pacotes que, principalmente, os governos dosEstados Unidos e da Europa estão fazendo para socorrer suaseconomias. “Se isso não surtir efeito, obviamente, a crisevai se prolongar.”Em entrevista àAgência Brasil, Mota disse que o Pólo Industrial de Manaus éum dos "termômetros" das conseqüências da criseinternacional no país, uma vez que o parque fabril instalado na capital amazonense tem no mercado interno suaprincipal fonte de consumo. As empresas do pólo estão tomando medidas para preservar os empregos – o que  está faltando é o Brasil voltar a consumir comoantes, pois o estado depende muito da reaçãodo mercado nacional. “Isoladamente, ele [Amazonas] nãosobrevive, porque a nossa dependência é de praticamente90% do mercado nacional. O restante se divide entre mercado local eexportações”, acrescentou. "Estamosnuma crise. Ainda não é uma recessão, mas, se asmedidas tomadas, sobretudo nos Estados Unidos não surtiremefeito, poderemos entrar numa recessão. Se o Brasil vai bem, oPólo Industrial de Manaus também vai bem.” Noentanto, alertou Mota, embora as empresas do pólo estejamlidando bem com a crise, é preciso que recebam atenção dogoverno, que não pode deixar de tomar medidas que favoreçamàs indústrias. Elelembrou ainda a questão dos juros e criticou os seus valores praticados:“Nosso maior problema hoje não é o crédito, esim os juros muito altos. Se os consumidores pararam de comprar,significa que houve um recuo natural no consumo. Pelo medo dainflação, acaba-se prejudicando a economia. O governonão pode deixar de tomar medidas que favoreçam àsindústrias”.Mota alertou também para a ameaçaque a presença dos produtos asiáticos no mercadobrasileiro representa para os produtos fabricados em Manaus: “Com arecessão dos Estados Unidos, que eram o grande mercadoconsumidor dos produtos asiáticos, países como a China,cada vez, vão querer garantir o consumo do mercado brasileiropara seus produtos. Eles têm preços que não dápara entender como alcançam e a concorrência édesigual”, finalizou.