Entidades empresariais reforçam importância de redução dos juros para salvar PIB de 2009

10/03/2009 - 18h37

Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A queda de 3,6% doProduto Interno Bruto (PIB) tornou-se maisum argumento para entidades empresariais cobrarem do Banco Central um corte brusco e urgenteda taxa básica de juros. Economistas da Federaçãodas Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e daFederação do Comércio do Estado de SãoPaulo (Fecomercio) afirmaram à Agência Brasil que, se oComitê de Política Monetária (Copom) do BC não anunciar uma redução dos juros Selic amanhã(11), a economia brasileira pode até encolher em 2009.“Se a políticamonetária não mudar, podemos ter um crescimentonegativo neste ano”, afirmou o gerente do departamento de economiada Fiesp, André Rebelo. “Esperamos que o Banco Central sesensibilize e faça um corte de 2 pontos percentuais e adoteviés de baixa, para que possa baixar a taxa novamente antes dapróxima reunião, em 45 dias.”A taxa básica de juros está em 12,75% ao ano, e a expectativa é que o Banco Central faça uma redução de um ponto percentual. Segundo Rebelo, asituação econômica do país vemse deteriorando mais rapidamente do que o esperado e é precisoagir de forma mais ágil. “Precisamos correr para salvar este ano. Neste primeiro trimestre éque vamos definir se teremos crescimento ou não.”Altamiro Carvalho, daFecomercio, diz que é necessário um corte na taxa Selic amanhã, pois ainflação está sob controle, o governo nãopode continuar pagando o montante de juros da dívida pública, e oconsumidor precisa de crédito para comprar.Carvalho afirmou que aqueda do PIB verificada no último trimestre do ano passadosurpreendeu a Fecomercio, que esperava reduçãode no máximo 2,3% - e não os 3,6% registrados. Para ele, dificilmente a economia crescerá nos três primeiros meses de 2009 e, possivelmente, não vai se recuperar se ogoverno não anunciar medidas extras para estímulo àatividade indústrial e ao consumo.“O governo poderiaanunciar mais incetivos fiscais, como foi no caso dos veículos.Isso realmente surtiu efeito”, sugeriu. “Também poderiaser liberado o depósito compulsório para que os bancosemprestem o dinheiro para os consumidores.”