Economista defende corte agressivo nos juros básicos para reverter queda do PIB

10/03/2009 - 16h37

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O economista da Federação doComércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio/RJ), Gabriel Santini, defendeu hoje (10) uma urgente redução da taxa básica de juros, a Selic, para que o país recupere a capacidade de crescimento. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrou quedade 3,6% no Produto InternoBruto (PIB) no quarto trimestre de 2008.“Agora mais do que nunca, é hora dos jurosbásicos da economia serem cortados de uma forma agressiva”, disse Santini. Ele acredita também que esse é o momento que o governo deve aproveitar para realizar, “comurgência”, as reformas estruturais. Um dos exemplos citados por ele, nesse sentido, é a necessidade de aprovação do Cadastro Positivo, cujoobjetivo é a melhoria do crédito, por meio da reduçãoda inadimplência. “Isso vai agir incentivando areversão da trajetória do consumo das famílias,que caiu no quarto trimestre. Então, a genteprecisa, mais do que nunca,  que o crédito sejaincentivado”. Segundo Santini, esse caminho vem sendo buscado pelasdemais economias do mundo.A expectativa da Fecomércio/RJ em relação ao PIB de 2009 é de crescimento entre 1% e 1,5%. Santini  afirmou que a criseinternacional, no Brasil, ainda deve afetar a economia, principalmente, dos dois primeirostrimestres deste ano. “Mas, a gente espera que, se foremtomadas as medidas necessárias neste momento, o quadro pode ser alterado a partir da metade do ano. Pelo menos, com algunsindicadores mais positivos.”Para o economista, 2008 foi um ano bom para a economia brasileira, podendo ser dividido em dois momentos: no primeiro, até setembro, foram registrados resultadospositivos do PIB; no segundo, no último trimestre, houve aqueda do PIB registrada agora pelo IBGE.“Nós tivemos um freio nas exportações e, nofinal, queda dos investimentos, que são  indicadoresimportantes”, exemplificou.No que se refere ao consumo das famílias,“que carrega toda a economia”, Santini destacou a queda de2% nos três últimos meses de 2008. O economista observou, entretanto, que outras economias jávinham apresentando quedas acentuadas do PIB desde o terceiro trimestre. “No Brasil, osefeitos da crise chegaram um período atrasado. Nósainda pudemos gozar de um ano positivo”, concluiu.