Consumo da Administração Pública é o único setor a crescer no quarto trimestre de 2008

10/03/2009 - 14h32

Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A crise econômicamundial, que se agravou a partir de setembro passado, causou quedanas taxas de todos os setores que compõem o Produto InternoBruto brasileiro (PIB), no quarto trimestre de 2008, com exceçãodo Consumo da Administração Pública – que cresceu 0,5%, em relação aos três meses anteriores. É o que mostrapesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística oIBGE, divulgada hoje (10) no Rio de Janeiro.Em comparação ao terceiro trimestre de 2008, os meses seguintes registraramqueda de 3,6% no PIB, a maior desaceleração desde oinício da série da pesquisa do IBGE, em 1996, quandohouve queda de 7,9%, ante o mês anterior.Segundo o estudo, osetor mais afetado das atividades produtivas foi o da indústriaque registrou queda de 7,4%, do terceiro para o quarto trimestre de2008. A agropecuária apresentou queda de 0,5%. O setor deserviços também teve queda na produção de0,4% no nesse período.Do ponto de vista dademanda interna, a Formação Bruta de Capital Fixo(investimentos) apresentou recuo de 9,8%, também o maior dasérie, iniciada em 2000. A Despesa de Consumo das Famílias registrouqueda de 2%, no quarto trimestre. O resultado negativo nãoocorria desde o segundo trimestre de 2003.Segundo o coordenadordas Contas Nacionais do IBGE, Roberto Olinto, a queda do consumo dasfamílias pode ser explicada em parte pela queda da renda, mastambém por uma posição mais cautelosa por partedas famílias na hora de consumir. “O consumo das famíliasé uma das variáveis mais importantes para o crescimentodo PIB, tanto que tem um peso de 61% do total”, explicou ele. A pesquisa indicatambém que as Exportações de Bens e Serviçosapresentaram queda de 2,9%. Já as Importações deBens e Serviços decresceram 8,2%. Embora tenha sido a únicaatividade que não apresentou queda no quarto trimestrepassado, o Consumo da Administração Públicaregistrou desaceleração ante o mês anterior (de1,6% para 0,5%).Roberto Olintoressaltou que é prematuro fazer projeções sobreimpactos futuros e tendências. “A dimensão efetivadesse momento econômico não está clara ainda. Nãoacredito que um processo de investimento como vem sendo desenvolvidono Brasil nos últimos anos possa ser analisado por um únicotrimestre”.