Brasil vai sugerir que FMI regule fluxo mundial de capitais, diz Mantega

10/03/2009 - 19h01

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Brasil vai sugerir ao Fundo Monetário Internacional (FMI) que regule o fluxo mundial de capitais e empreste recursos excedentes dos países desenvolvidos para as nações em desenvolvimento, informou  hoje (10/03) o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Ele pretende apresentar  a  proposta na reunião de ministros de finanças do G20 no final da semana, no Chile.O encontro servirá como preparativo para a reunião de chefes de Estado do G20, que ocorrerá em abril em Londres. Mantega disse que a idéia ainda será debatida pelos países do Bric, grupo de países emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia e China.A  proposta de Mantega  tem como objetivo corrigir o desequilíbrio no fluxo global de capitais que se instalou depois do agravamento da crise econômica internacional. “Com a piora da crise, os investidores passaram a retirar dinheiro dos países emergentes e aplicá-los em países como Estados Unidos, Japão e China”, explicou Mantega.Para ele, essa movimentação prejudica o comércio mundial e agrava ainda mais a crise econômica. “Com tanto capital indo para as nações desenvolvidas, a moeda norte-americana se valoriza. Isso prejudica as exportações dos Estados Unidos e as importações dos países emergentes”, afirmou.Se os países assumissem o controle do fluxo financeiro internacional,segundo o ministro, a crise seria debelada mais rapidamente. “Os países com excesso poderiam dirigir o fluxo para os países emergentes, o que corrigiria muitas distorções”, declarou.Apesar dos prejuízos nas bolsas de valores e da quebra de instituições financeiras, vários países desenvolvidos têm recebido mais recursos internacionais. Isso porque os investidores retiram dinheiro das bolsas e aplicam em ativos de menor risco, como os títulos do tesouro norte-americano.Esse dinheiro, na prática, financia o déficit público recorde de US$ 1,75 trilhão nos Estados Unidos e permite que o governo do presidente Barack Obama aumente os gastos para estimular a economia, mesmo com recessão e queda na arrecadação.