Bolsistas do ProUni elevam qualidade e mudam perfil do ensino superior

09/03/2009 - 22h01

Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A secretária doEnsino Superior do Ministério da Educação (MEC),Maria Paula Bucci, afirmou que o bolsistas do Programa Universidadepara Todos (ProUni) ajudam a elevar a qualidade dos cursosuniversitários do país. Em entrevista concedida àAgência Brasil, ela disse que estudos feitos por meio doExame Nacional de Desempenho do Estudante (Enade) demonstram que odesempenho desses estudantes ajuda a qualificar as faculdades em queeles estudam.“Como o Enem [ExameNacional do Ensino Médio]é critério obrigatório de ingresso no ProUni eeles têm que ter uma pontuação elevada, os bolsistas já entram qualificando os cursos”,disse ela.Deacordo com Maria Paula, reitores de universidades que aderiram aoprograma relatam que os alunos bolsistas mudam a dinâmica dauniversidade: eles usam mais as bibliotecas assim como aproveitammais o que a universidade oferece aos seus estudantes. “Hoje, sevocê compara a média dos alunos do Prouni e dos alunosfora do ProUni no Enade, os alunos do Prouni são melhores”, disse.“Vocêtem que ter 75% de aproveitamento para manter a bolsa”,complementou a bolsista recém-formada, Camila Correia dosSantos, 25 anos, citando um dos motivos do empenho. "Se você não se esforçar, perde."Os levantamentos realizados com os estudantes revelam que a dedicaçãodos bolsistas ao estudos é maior justamente pela importânciado Ensino Superior para eles. A pesquisa realizada peladoutoranda em Educação Fabiana Costa com alunos daPontifícia Universidade Católica de São Paulo(PUC-SP) mostra que, 93,7% dos bolsistas do programa são osprimeiros membros de suas famílias a cursar uma faculdade,enquanto só 33% dos não-bolsistas estão nestasituação.Segundoo estudo, 12,8% dos pais dos bolsistas não concluem sequer oEnsino Fundamental e 51,1% só estudaram até a 4ªsérie. Já entre os não bolsistas, 0,4% dos paisnão concluiram o Ensino Fundamental e 4,2% deixaram a escoladepois após concluí-lo.Jáquanto a renda dos estudantes, 31,7% dos bolsistas têm rendafamiliar de até três salário mínimos,enquanto só 6,7% dos não-bolsistas estão nestacondição. Já entre os que têm rendafamiliar superior a dez salários mínimos, os bolsistassão 20% enquanto os não-bolsistas, 67,9%.Só26,2% dos bolsistas do programa não trabalham e 12,3% sãoo principal mantenedor de sua família. Entre os nãobolsistas, 46,9% não trabalham e 1,9% sustentam a família.