Vendas da indústria fluminense caem 19,7% e registram o seu pior resultado

09/03/2009 - 20h42

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - As vendas da indústriafluminense, em janeiro, caíram 19,7% na comparaçãoao mesmo mês do ano passado, de acordo com o boletimIndicadores Industriais, divulgado hoje (9) pela Federaçãodas Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Éa maior queda registrada na série histórica dapesquisa. A redução se deve, em grande parte, à diminuição significativa das exportaçõesno setor de refino, combustível nuclear e álcool,informou a assessoria de imprensa da entidade.

Em relaçãoa dezembro do ano passado, as vendas da indústria do Rio deJaneiro sofreram retração de 8,4%. As maiores quedasforam observadas nos setores de material eletrônico ecomunicação (- 89,6%), edição e impressão(- 51,5%) e refino, combustível nuclear e álcool (-50%). No sentido inverso, as maiores altas ocorreram em máquinase equipamentos (51,78%) e máquinas, aparelhos e materialelétrico (47,88%).

A crise internacionalcontinua influenciando negativamente o mercado de trabalho. O boletimmostra queda de 1,3% no número de pessoal ocupado na indústriafluminense em janeiro em relação a dezembro. Trata-seda maior redução observada nos últimos 60 meses,segundo a Firjan.

Dos 16 setorespesquisados, dez efetuaram demissões. Na comparaçãocom janeiro de 2008, a retração do emprego atingiu 2%.Com isso, o indicador já inicia o ano de 2009 com um saldonegativo em torno de 4.900 postos de trabalho.

A diretora deDesenvolvimento Econômico da Firjan, Luciana de Sá,afirmou que “os resultados da pesquisa confirmam o viés deredução da produção industrial nesteinício de 2009, já em reflexo dos impactos da criseinternacional”.

O chefe da Divisãode Estudos Econômicos da federação, PatrickCarvalho, disse que a crise “realmente, mostrou todos os dentes emjaneiro”. Apesar dos números negativos, hápossibilidade de recuperação, avaliou. “A questãoé que o processo vai ser lento. A gente percebe que háluz no fim do túnel. A própria competitividade daindústria fluminense aponta para isso”, afirmou.

Carvalho disse aindaque o poder público deve encarar a crise como uma oportunidadepara realizar as reformas estruturais que o Brasil precisa, entreelas, as reformas tributária, previdenciária, e tambéma fiscal, “que tende a remodelar o perfil dos gastos públicos”.