Metalúrgicos de SP protestam com "salsichada" em frente a Consulado da Alemanha

09/03/2009 - 1h52

Maria Eugênia Castilho
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Cerca de 80 trabalhadores da empresa Bekun do Brasil, fábrica de máquinas para embalagens de plástico, localizada na zona sul da capital paulista, protestam neste momento em frente ao Consulado da Alemanha, na zona oeste de São Paulo, contra demissões e falta de pagamento de direitos trabalhistas. Os trabalhadores, além dos dirigentes do Sindicato de Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, estão vestidos com roupas típicas da Alemanha e pretendem sensibilizar o Consulado alemão contra as demissões. Os manifestantes também montaram uma grelha em frente ao sindicato para distribuir salsichas – produto típico da Alemanha – a pessoas que passam pelo local.Aproximadamente 60 empregados foram dispensados, no dia 20 de fevereiro, véspera do carnaval, e até agora nenhum deles recebeu os valores referentes à indenização. Desde o dia 3 de março, um grupo de trabalhadores demitidos da Bekun do Brasil ocupa um galpão da empresa, como forma de protesto. Os representantes da Bekun e os empregados já participaram de uma audiência de conciliação na sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), também no último dia 3, mas não houve acordo. Com isso, o TRT vai enviar o processo a julgamento, em data ainda a ser definida.De acordo com informações do sindicato, até o momento, nenhum representante da empresa conversou com os trabalhadores. Já o cônsul alemão para assuntos da imprensa, Nico Geide, saiu há pouco na porta do consulado para receber o presidente do sindicato, Miguel Torres. Torres entregou ao cônsul uma carta com o ponto de vista e as reinvindicações dos metalúrgicos. Geide afirmou que entregará essa carta ao Ministério de Relações Exteriores, de Berlim, explicando a situação e também entrará em contato com a empresa Bekun do Brasil para saber quais as intenções da empresa, mas advertiu: “A gente não pode intervir com algum sentido obrigatório na empresa, pois é uma entidade particular, e não está ligada ao governo alemão.”Os manifestantes continuam em frente ao consulado, mas devem seguir para a empresa neste começo de tarde. Procurada pela Agência Brasil, a empresa Bekun do Brasil, ainda não se pronunciou a respeito do caso.