Levantamento indica que 58% dos brasileiros não têm acesso adequado a escovas de dente

09/03/2009 - 16h00

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Umlevantamento realizado pelo Ministério da Saúde indicaque, em 2008, 58% da população brasileira não tinhaacesso adequado a escovas de dente. O número inclui pessoasque consumiram o produto de forma esporádica ou inadequada –quando o uso da mesma escova é feito por um períodomuito prolongado – e também brasileiros sem acesso algum.

De acordocom o coordenador nacional do programa Brasil Sorridente, GilbertoPucca, a não-utilização de escovas de dente no país émais comum do que se imagina. Em entrevista à AgênciaBrasil, ele alertou que praticamente todas as capitais brasileirasapresentam baixos índices de acesso ao produto, principalmente em zonas consideradas de exclusão social.

“Agente tem que acabar com essa idéia de que as pessoas nãotem acesso aos bens mínimos só nas regiõesdistantes. O problema está na nossa esquina, nas periferias”,afirmou. Pucca destacou que o quesito dificuldade financeira lidera oranking de razões pelas quais mais da metade dosbrasileiros não utiliza a escova de dentes de maneiraadequada, seguido por desconhecimento.

Em 2003,o índice de acesso zero chegava a quase 65% mas ocrescente número de pessoas que passaram a integrar o mercadode trabalho, segundo ele, levou à queda dos números.

Atualmente,o Ministério da Saúde possui 18 mil equipes de saúdebucal dentro do programa Saúde da Família, alémde mais de 650 centros especialiazdos dentro do Sistema Únicode Saúde (SUS). A meta do governo é, até o finalde 2009, incorporar kits compostos por escova e pasta de dente em 100%das equipes de saúde bucal – 1 mil kits por equipe.

Háainda a estratégia de distribuição de kits paraalunos do ensino fundamental e médio que pertencem a escolas públicas localizadas em áreas de baixo Índice de Desenvolvimento da EducaçãoBásica (Ideb) – um total de quase 1.200 municípiosbrasileiros. Aexpectativa de Pucca é que, em um prazo máximo de dezanos, o país apresente um quadro de saúde bucal“bastante diferenciado” do atual.