Crise afetará mais trabalhador menos qualificado, diz diretor do Ministério do Trabalho

09/03/2009 - 19h51

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Aidade não é fator determinante para o trabalhadorsentir aos efeitos da crise no emprego. Segundo o diretor doDepartamento de Políticas de Trabalho e Emprego para aJuventude do Ministério do Trabalho, Renato Ludwig deSouza, a crise afetará mais ostrabalhadores que têm pouca ou nenhuma qualificaçãoprofissional, independentemente da idade. “[A crise] atinge com certeza os semqualificação. Isso não tem idade. Agora, otrabalhador jovem, ou mais velho, se tiver uma orientaçãoprofissional voltada para uma atividade, não terá muitadificuldade”, afirmou Ludwig em entrevista, na tarde de hoje (9), àAgência Brasil e à TV Brasil. Apesar disso, o fato de os jovens serem a maioriada população brasileira – 55 milhões depessoas com idade entre 16 e 29 anos, segundo dados da SecretariaNacional de Juventude – pode fazer com que, numericamente, elessejam mais atingidos, acrescentou Ludwig.“Por ser quase a metade da população[economicamente ativa], é claro que é o grupomais atingido, mas, proporcionalmente, eu acho que a tendênciaé ser estável. Não deve ter muita discrepânciaentre jovens e adultos.” Ludwig informou que o ministério fechou, emdezembro de 2008, em conjunto com a sociedade civil e o ConselhoNacional da Juventude, a meta de capacitar este ano 180 mil jovens.Ele espera que 30% desse contingente já sejam inseridos nomercado de trabalho também este ano. Segundo ele, a meta jáleva em conta os efeitos da crise econômica. Os projetos de capacitação sãoapresentados por estados e municípios de acordo com a previsãode aumento na oferta de emprego em áreas específicas.Com isso, os projetos de capacitação do ministériodevem seguir a demanda de cada região, que “varia muito deestado para estado ou de município para município”. Apesar disso, Ludwig reconhece que o setor deserviços tem sido muito atingido pela crise, o que tambémtem afetado os jovens. O diretor do Ministério do Trabalhodisse acreditar que o momento crítico da crise foi no começodo ano e que, com o início das atividades econômicas em2009, o país tende a retomar o crescimento.