Via Campesina ocupa o Ministério da Agricultura para protestar contra o agronegócio

09/03/2009 - 12h49

Da Agência Brasil

Brasília - Mais de 300 militantesda Via Campesina participam, na manhã de hoje (9)), da Jornada das MulheresCamponesas contra o Agronegócio, no Ministério daAgricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Durante oprotesto, pelo menos metade das manifestantes invadiu o andar térreodo Mapa. Houve tumulto, o vidro da porta de entrada ficou trincado eum segurança se machucou. Elas ficaram no prédio por mais de quatro horas.Munidas de faixas ecartazes, as demais manifestantes ficaram em frente ao prédiodo Ministério da Agricultura. De acordo com a coordenadoranacional da Via Campesina, Itelvina Masioli, o movimento organizou oprotesto para denunciar a política agrícola do governo.Segunda ela, o Mapa dá prioridade ao agronegócio emdetrimento da agricultura familiar.“Estamos ocupando este ministério para dizer à sociedade epara o ministro [Reinhold Stephanes] que o Ministério da Agricultura tem que estara serviço da produção de comida, da soberaniaalimentar. E não pegar recursos públicos para financiaro agronegócio e as transnacionais”, disse Itelvina. A Jornada das MulheresCamponesas também ocorre em outras cinco unidades daFederação: Rio Grande do Sul, São Paulo, Paraná, Pernambuco e Espírito Santo. “É a hora de mudarmos o modeloagrícola, fazendo a reforma agrária”, diz o manifestodivulgado pela Via Campesina. O movimento também defende umnovo modelo econômico, com o fortalecimento do mercado internoe o aumento do salário mínimo.De acordo com a ViaCampesina, apenas em dezembro do ano passado o agronegóciodemitiu 134 mil pessoas em todo o país. “O agronegóciofoi o segundo setor que mais demitiu com a crise econômica,apesar da alta lucratividade do último período e dosinvestimentos do governo”, assinala o manifesto divulgado pelomovimento.Pequenas agriculturas de Goiás, Minas Gerais, Rondônia, Mato Grosso, MatoGrosso do Sul e Distrito Federal participaram da manifestação no Ministério da Agricultura. Durante o protesto, elas também condenaram o fechamento de oito escolas itinerantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Rio Grande do Sul. Os colégios foram fechados por determinação do governo gaúcho e do Ministério Público Estadual.O Ministério daAgricultura não se manifestou sobre o protesto da ViaCampesina.