Alemães estudam possibilidade de investir em tecnologias sustentáveis no Brasil

07/03/2009 - 9h53

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Empresas alemãs estão estudando novas oportunidades de negócios no Brasil no campo de tecnologias sustentáveis. Esse é  um dos focos do trabalho que a Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha pretende realizar este ano no país.

A  Alemanha lidera vários setores de tecnologias sustentáveis em todo o mundo. Dados de 2006 mostram que a participação alemã nos mercados mundiais ligados ao meio ambiente alcançou 30% no desenvolvimento de energia, 25% em tecnologia para tratamento de esgotos e reciclagem, 20% em tecnologia para a mobilidade. Em eficiência energética, a participação  da Alemanha foi de 10% em termos mundiais, totalizando 5% tanto em tecnologia da água quanto em matérias-primas e eficiência de material.

Os investimentos diretos e indiretos feitos por empresas alemãs no Brasil atingem US$ 25 bilhões, de acordo com dados divulgados pela assessoria de imprensa da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha. Os setores  mais atrativos para o empresariado alemão são indústria automobilística, autopeças, máquinas e ferramentas, indústria química e farmacêutica, considerados tradicionais. Durante muito tempo, a Alemanha foi o principal investidor estrangeiro no Brasil, mas perdeu essa posição no fim dos anos 80. A queda dos investimentos alemães coincidiu com dois fatores - a maior abertura do Brasil a investimentos estrangeiros e a preocupação alemã com a integração interna, a partir da derrubada do muro de Berlim - segundo o diretor do Centro de Estudos da Fundação Konrad Adenauer no Brasil, Wilhelm Hofmeister. A instituição comemora este mês 40 anos de atividades no país.

Segundo ele, os recursos da Alemanha foram canalizados para a Alemanha Oriental e para a Europa Oriental.  “Por essa razão, houve uma certa redução do investimento alemão no Brasil. Por outro lado, a abertura do Brasil deu espaço para a entrada de novos investidores. E eles aproveitaram bem essas novas oportunidades”, disse Hofmeister.

Ele observou, contudo, que a Alemanha ainda é um investidor importante no Brasil. Citou, como exemplo, o investimento de 5 bilhões de euros do grupo ThiessenKrupp no Rio de Janeiro, para criação da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA). O projeto tem como sócio minoritário a mineradora Vale e prevê gerar   3.500 empregos diretos e até 14 mil indiretos.

De 12 a 15 deste mês, a Câmara Brasil-Alemanha promove a 1ª Feira de Tecnologias Sustentáveis Brasil-Alemanha (Ecogerma), em parceria com a Embaixada da Alemanha no Brasil e  o Consulado Geral da Alemanha em São Paulo.  Nos dias 19 e 20 próximos, a Fundação Konrad Adenauer realiza simpósio no Rio de Janeiro  sobre os 40 anos de desenvolvimento político e cooperação internacional no Brasil, celebrando sua atuação no país.