Mudança na Abin só após elaboração da política nacional de inteligência, diz Jorge Felix

05/03/2009 - 23h19

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Mesmo com a criaçãode um comitê ministerial para elaborar uma políticanacional de inteligência, a Agência Brasileira deInteligência (Abin) vai continuar sob o comando de WilsonRoberto Trezza, pelo menos até o grupo apresentar a propostafinal. A afirmação é do ministro-chefe doGabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), Jorge ArmandoFelix, órgão ao qual a Abin estásubordinada. “A sucessão daAbin vai [ficar para] depois de terminar o trabalho”, disse.Trezza está nadireção da Abin desde setembro do ano passado, quando oentão diretor Paulo Lacerda foi afastado do cargo devido asuspeita de que agentes do órgão tenham realizados escutas telefônicasclandestinas para monitorar autoridades durante a OperaçãoSatiagraha, da Polícia Federal, entre elas, o presidente doSupremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. O comitê teve aprimeira reunião ontem (4), com a presença do presidenteLuiz Inácio Lula da Silva. O ministro Felix nãomencionou prazos para a conclusão dos trabalhos do comitê, informou somente que há pressa. Mas fontes doPlanalto disseram que o presidente Lula quer alguma proposta dentro de trêsmeses. Apesar de já terdefendido a realização de escutas telefônicas porparte da Abin, desde que com aval do Congresso Nacional, o generalevitou assumir posiçõespor causa do trabalho do comitê. “Agora, nenhum de nós tem posição.O trabalho vai ser feito. Se como conseqüência do trabalhofor detectado que é preciso, será proposto. Se detectarque não é preciso, não será proposto”,afirmou. O comitê ministerial écoordenado pelo ministro-chefe do GSI e integrado pelos ministros daCasa Civil, da Justiça, da Defesa, das RelaçõesExteriores, do Planejamento e da Secretaria de Assuntos Estratégicos.