Dirigente da Força Sindical defende participação de trabalhadores em decisões econômicas

06/03/2009 - 15h07

Daniel Lima e Kelly Oliveira
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - A presidente da Força Sindical na Bahia, Nair Goulart,criticou hoje (6) a direção da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer)pelas quatro mil demissões anunciadas há duas semanas.Segundo ela, a empresa desconsiderou a convenção daOrganização Internacional do Trabalho (OIT) que prioriza a negociação coletiva eterminou fazendo demitindo em massa sem buscar um entendimento com ostrabalhadores.Nair Goulart participa do Seminário Internacional sobre Desenvolvimento que estásendo realizado em Brasília. Suas críticas foram feitas diante do presidente doConselho de Administração da Embraer, Maurício Botelho, que coordenou o ciclode debates sobre Globalização Financeira e Regulação do Sistema FinanceiroInternacional. Ao final dos debates, Botelho não quis falar com a imprensa.Durante o encontro, a representante da Força Sindical defendeu maior participação dostrabalhadores nas decisões econômicas, pois segundo ela as teorias dos papas noassunto, os economistas, caíram por terra. “Este momentode crise é o momento de repensar um novo tratado, um novo pacto mundial em queo trabalho esteja colocado como elemento central, com o respeito às normasinternacionais do trabalho e negociações com o fortalecimento da governançademocrática”, afirmou.Goulart também apontou o multilateralismo como saída para estabelecer normasjustas no comércio internacional e contribuir com o desenvolvimento dos paísese redução das desigualdades. De acordo com ela, esse multilateralismo deveincluir as questões ligadas ao emprego como elemento central para a saída dacrise financeira atual.“Nós pensamos que os instrumentos da OIT  com o fortalecimento do diálogosocial e a negociação coletiva”, disse.Ela lembrou que há muitos anos, os trabalhadores e os movimentos sociais vinhamalertando sobre os riscos da globalização e que quando ONGs, movimentos sociaise sindicais iniciaram  articulações paraconstruir uma visão sobre o assunto foram taxados de esquerda retrograda ejurássicas. “Vimos que o presidente Lula foi um dos poucos dirigentes mundiais a ir a Davoscom propostas tiradas do Fórum Mundial, de uma globalização mais justa e querespeitasse os países em desenvolvimentos”, comentou.A sindicalista também avaliou que a crise atual, mais do atingir a “economia decassino”, passa a ser uma crise de natureza produtiva, alimentar e ambiental.