Presidente do BNDES diz que há espaço para forte redução na taxa de juros

05/03/2009 - 21h49

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidentedo Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico(BNDES), Luciano Coutinho, disse hoje (5) que o país entraráem um processo de intensa redução de juros nos próximosmeses, e isso ajudará a combater os efeitos da crise financeirainternacional.Coutinhoressalvou que não pretende fazer projeções sobrea reunião do Comitê de Política Monetária(Copom), para definir a taxa de juros básica (Selic), marcadapara a próxima semana. No entanto, afirmou que o paíspassa por um contexto de deflação, que prescindiráde uma redução forte dos juros para incrementar ademanda. “Estamoscaminhando para ter uma taxa de juros muito mais baixa. Eu nãoestou fazendo nenhum prognósticos sobre a reunião doCopom, mas há um espaço inegável para a queda dataxa de juros .expressiva em um contexto de deflação ede tendência fortemente deflacionária e há umacorreção estrutural da nossa taxa de câmbio, queera um dos principais fatores de distorção dacapacidade competitiva da economia brasileira que começa a sercorrigida”, disse. A necessidadede redução dos juros e o aumento do volume de créditoestiveram presentes nas opiniões de váriosconselheiros, na reunião do Conselho de DesenvolvimentoEconômico e Social. Ao criticar a política ortodoxaliderada pelo Banco Central, a economista Maria da ConceiçãoTavares chegou a classificar a instituição como um“feudo inimigo” no enfrentamento da crise.Além doambiente que permite a redução dos juros, na opiniãodo presidente do BNDES, o Brasil, como poucas nações nomundo, reúne condições peculiares que permitemum melhor enfrentamento da crise. Ele citou a ampliaçãoda fronteira de investimentos e o Plano de Aceleraçãodo Crescimento (PAC). “Eu vejo queessa falta de sintonia, entre o macro e os projetos dedesenvolvimento, começa a ser superada como resultado daprópria crise. Temos uma fronteira de investimentos no paísque foi amadurecida depois de anos de trabalho. A grande vantagem queo Brasil tem é que colocou em marcha um grande programa”,afirmou.LucianoCoutinho disse ainda que o BNDES vai financiar a Petrobras em 2009 e,se necessário, em 2010, para que a empresa possa restabelecerseus acessos aos mercados. “O objetivo é que a empresarealize neste ano um programa de investimentos na escala de R$ 60bilhões”, disse.