Empresários pedem mais facilidades de crédito ao governo federal

05/03/2009 - 21h28

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A escassez de crédito foi o tema central dareunião (5) do Grupo de Acompanhamento da Crise, formado porintegrantes da equipe econômica do governo e por empresáriosde diversos setores. “Nossa reunião foi quase monotemática”,afirmou o presidente da Confederação Nacional daIndústria (CNI), Armando Monteiro Neto, à saídado encontro de durou três horas no Ministério da Fazenda. Segundo ele, o governo ouviu as queixas doempresariado, mas não prometeu nada de concreto. “Nãohá nenhuma medida nova, ,mas há uma preocupaçãode verificar como operacionalizar melhor as linhas [de crédito] que existem, comofazê-las funcionar de maneira mais adequada”, relatou. Comoexemplo, citou o Progeren – linha para giro disponibilizada peloSistema BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico eSocial), que não estaria sendo operada pelos bancos. “Osrecursos repassados para o sistema financeiro aplicar nãoestão sendo aplicados”, denunciou.O governo também ficou de analisar aampliação do uso do Cartão BNDES. Os empresáriossugerem que os recursos sejam usados para financiar o pagamento deimpostos, por exemplo. Segundo Armando Monteiro, muitos setores estãosendo fortemente atingidos pela crise internacional, principalmentebens de capital, máquinas e ferramentas e siderurgia – esseúltimo, afetado tanto no mercado interno quanto nasexportações. A avaliação geral, segundo ArmandoMonteiro, é de que a reunião de hoje foi mais produtivaque as anteriores. Os empresários também saíramsatisfeitos com o compromisso do ministro da Fazenda, Guido Mantega,de manter o superávit primário em 3,8% e promoverprofundos cortes no custeio para direcionar mais recursos ainvestimentos. “São dois sinais que me parecem importantespara a sociedade neste momento”, disse o presidente da CNI. “Se houver uma redução razoávelna Selic [taxa básica de juros, atualmente em 12,75%],você constrói um espaço fiscal para assegurar amanutenção do superávit e manter a capacidade deinvestimento do Estado brasileiro”, completou. O ministro Mantega também comunicou aosempresários decisão, já anunciada na manhãde hoje no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, deampliar a faixa de alcance do plano habitacional que deve ser lançadopelo governo federal na segunda quinzena deste mês. O pacote – que prevê a construçãode 1 milhão de casas até 2010 – inicialmentedestinava-se a famílias com renda inferior a cinco saláriosmínimos e agora deverá oferecer facilidades parafamílias com renda até dez salários mínimos,com mais subsídios para as de menor renda. Segundo o presidente da Associaçãoda Indústria de Material de Construção(Abramat), Melvyn Fox, os recursos virão do Fundo de Garantiado Tempo de Serviço (FGTS).