Depósito para resíduos nucleares de Angra 3 deverá entrar em operação em 2026

05/03/2009 - 16h38

Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os resíduos de combustível nuclear que serão gerados pela Usina Nuclear Angra 3, no Rio de Janeiro, só serão armazenados em um depósito de longa duração a partir de 2026. Até lá, eles serão mantidos em piscinas de estocagem que serão construídas próximo à usina, prevista para entrar em operação em novembro de 2014. A informação é do assessor da presidência da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães. Segundo ele, o projeto para a construção do depósito já está sendo elaborado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) e deverá ser entregue no prazo de 180 dias estabelecido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Também está sendo estudada a construção do Repositório Nacional de Rejeitos de Baixa e Média Atividades, que deverá entrar em funcionamento em 2018. Guimarães afirma que o Depósito Intermediário de Longa Duração poderá armazenar, por cerca de 500 anos e com segurança, todos os resíduos nucleares gerados no país. “Assim, as gerações futuras terão a opção de reciclar o material ou encontrar uma solução definitiva para eles”, afirma. Segundo ele, alguns países já utilizam a reciclagem de resíduos nucleares, mas ela ainda é muito cara. O armazenamento do material deverá ser feito em tubos secos, que seriam dispostos em áreas ao ar livre. O assessor da Eletronuclear diz que as atividades do canteiro de obras da Usina Angra 3 já foram retomadas, com autorização do Ibama. As demais obras devem ser iniciadas logo após a concessão da licença de construção, que deverá ser emitida na próxima semana. Na avaliação de Guimarães, a entrada em operação de Angra 3 deverá contribuir para a complementação térmica do sistema elétrico brasileiro, que hoje é feita principalmente por usinas térmicas a carvão e a gás. Ele também acredita que as gerações atuais estão aceitando melhor o uso da energia nuclear. “As gerações passadas foram marcadas por tragédias como as de Hiroshima e Nagazaki, mas as gerações mais jovens conseguem ver com mais clareza a importância da energia nuclear para a necessidade energética do mundo”, disse.