Sindicalistas pedem a Lula que impeça demissões na Embraer

04/03/2009 - 17h37

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente LuizInácio Lula da Silva recebeu hoje (4) sindicalistas de SãoJosé dos Campos (SP) que vieram a Brasília em caravanapedir que o governo impeça as 4,2 mil demissões feitaspela Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer). Segundoo secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de SãoJosé dos Campos, Luiz Carlos Prates, o presidente disse queentrará em contato com a direção da empresa epedirá que seja aberto um canal de negociaçãoentre trabalhadores e empresários. “Ele disse que vai ligarainda hoje (4) para a empresa e pedir para ela negociar com osindicato”, disse Prates, em entrevista após o encontro como presidente.As demissõesestão suspensas até amanhã (5) por decisãodo Tribunal Regional do Trabalho de Campinas (SP), em resposta a açãomovida por entidades sindicais argumentando que a Embraer ignorou ossindicatos e não estabeleceu nenhum tipo de negociaçãoantes de oficializar a demissão em massa. Os trabalhadoresagora vão apresentar propostas como redução dejornada de trabalho em vez de demissões.No últimodia 25, Lula recebeu o presidente da Embraer, Frederico Curado, epediu que a empresa ajude as famílias dos funcionáriosdemitidos. O presidente não pediu, entretanto, que afabricante de aviões recontratasse os funcionários.Curado disse que a direção da empresa iria avaliar opedido do presidente e que cobriria as despesas médicas dosdemitidos e de suas famílias por um ano.O sindicalistaLuiz Carlos Prates contou ter dito a Lula que as demissõespoderiam ter sido evitadas e que a empresa está capitalizada.Segundo Prates, também foram apresentados ao presidente números que mostram que a Embraer aumentará a produçãode aeronaves, passando de 204 em 2008 para 242 este ano. Deacordo com assessores da Presidência da República, Luladisse que vai checar os números apresentados hoje pelostrabalhadores, já que a direção da Embraerfirmou que as demissões foram motivadas pelo cancelamento deencomendas.Os sindicalistas disseram que o presidentemostrou-se preocupado com a aviação regional e falousobre a possibilidade de a Força Aérea Brasileiraadquirir um tipo de aeronave da Embraer para substituir o modeloHércules, que é usado atualmente.