Preço mínimo do trigo será o primeiro a ter reajuste

04/03/2009 - 19h07

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O reajuste do preço mínimo do trigo será o primeiro a ser definido pelogoverno. “O preço mínimo do trigo será estabelecido nessa semana ou napróxima. Não será o que pede o setor, mas o suficiente para garantirestímulo à produção”, afirmou hoje (4) o ministro da Agricultura, ReinholdStephanes.O preço mínimo atual é de R$ 480 por tonelada dogrão. Os produtores pediram, em encontro com o ministroStephanes, no dia 18 de fevereiro, um reajuste de 25%, o que elevaria o valor para R$ 600. O ministro não quis adiantar qual será o novo valor.Segundo ele, outros produtos também terãoreajuste. “Os preços mínimos de alguns produtos precisam serreajustados até para que possamos exercer melhor nossos instrumentos depolítica”, afirmou.    Hoje pela manhã o ministro recebeu avice-ministra de Agricultura do Canadá, Yaprak Baltacioglu, que reforçou o interesse canadense em exportar trigo para o Brasil. Opaís precisa importar o produto para suprir suas necessidades internase, como a Argentina terá quebra de quase 50% da safra, o governo e a indústria do trigo buscam mercados alternativos. “Nós vamos ter queimportar trigo de outros mercados e o Canadá produz um dos melhorestrigos do mundo e tem sido sempre um mercado fornecedor, só que é claroque nós também desejamos importar da Rússia e temos um grande interesseem abrir esse canal, já que a Rússia é a grande importadora de carnesdo Brasil”, afirmou Stephanes, se referindo às negociações para que ogoverno russo derrube a cota que diminuiu em 50 mil toneladas asexportações de carne suína brasileira para lá em troca da abertura domercado nacional para o trigo vindo da Rússia.Stephanes tambéminformou que os canadenses se comprometeram a agilizar a questão doreconhecimento do status sanitário que impede a importação da carnesuína de Santa Catarina. O ministro da Agricultura está reunido com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e da Casa Civil, Dilma Roussef, e representantes doBanco do Brasil e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico eSocial (BNDES) para fazer uma avaliação de como está a agricultura nopaís e qual é o panorama internacional para o setor. “O que seespera é que os valores de alguns produtos como milho, soja e trigo semantenham. Se isso se mantiver, não podemos dizer que é ótimo ou bom,mas dentro de um quadro de crise, é suportável”, comentou Stephanes.