Senadores de vários partidos apóiam discurso e críticas de Jarbas Vasconcelos em plenário

03/03/2009 - 21h36

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O discurso dosenador Jarbas Vasconcelos hoje (3), em plenário, bem como a decisão da liderançado PMDB de não reconduzi-lo à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ),gerou uma série de apartes de parlamentares de partidos da base dogoverno e da oposição. O senador Cristovam Buarque (PDT-DF), afirmouque o ato do líder Renan Calheiros foi “arbitrário e ditatorial”.SegundoCristovam Buarque o mais grave é a aceitação dos parlamentares que fazcom que o Senado se transforme numa Casa que tolera tudo isso. “A Casaque tolera tudo isso tem um nome: casa de tolerância”, completou opedetista. O senador advertiu para a possibilidade de tentaremsilenciar a entrevista concedida por Jarbas Vasconcelos à revista Veja.Ele reportou a outros episódios semelhantes como quando o ministro daSaúde, José Gomes Temporão, afirmou que a Fundação Nacional de Saúde(Funasa) era um antro de corrupção, e o assunto acabou caindo noesquecimento.O senador Tião Viana (PT-AC), que concorreu àPresidência do Senado, destacou que as críticas feitas por Vasconcelosnão representam qualquer ataque ao governo ou ao PMDB mas, apenas, umaconstatação da crise de credibilidade que não só o Congresso, masoutras instituições brasileiras vivem.Tião Viana acrescentouque, no âmbito do Congresso, o correto seria procurar soluções para osproblemas apontados e não tentar rebater as constatações feitas pelopeemedebista. Segundo o petista, o Parlamento “está enfraquecido emconteúdo, diretrizes e responsabilidades”. Já o senadorDemóstenes Torres (DEM-GO) afirmou que todo esse cenário apontado porJarbas Vasconcelos é culpa dos próprios parlamentares. Ele citou, porexemplo, a dificuldade há anos de deputados e senadores votarem areforma política, capaz, de acordo com Demóstenes, de sanear váriosproblemas.“Estamos afrontando a sociedade. Quem quer um ‘fichasuja’ na política?”, questionou o senador do DEM. Ele qualificou de“absurda” a possibilidade de um político condenado pela Justiça deprimeira instância de concorrerem a uma vaga parlamentar, sejamunicipal, estadual ou federal.O líder do PSDB, Arthur Virgílio Neto (AM), afirmou que já conversou com o senador Demóstenes Torres, que é o indicado do DEM para presidir a CCJ, para que uma das primeiras medidas que adote, quando assumir a comissão, seja o de acelerar projetos que digam respeito ao combate à corrupção e moralização das instituições.