Caixa estima em mais de 36% crescimento do microcrédito este ano

03/03/2009 - 19h21

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Caixa Econômica Federal emprestou R$ 1,1bilhão, no ano passado a clientes de baixa renda, querealizaram 3,5 milhões de contratos, com média de R$318 por operação. A liberação demicrocrédito pela Caixa aumentou 63,61% em relaçãoao que foi concedido no ano anterior, e o vice-presidente de PessoaFísica da instituição, Fábio Lenza,antecipou a meta de emprestar R$ 1,5 bilhão neste ano, o quecorresponde a uma evolução superior a 36%.Desdea criação do Programa de Microcrédito, em 2002,com o Penhor Empréstimo, vinculado à entrega de jóias,que evoluiu para outras modalidades de financiamento, a Caixanegociou 12 milhões de contratos até o final do mêspassado, no valor total de R$ 3,3 bilhões, para trabalhadoresformais (com carteira assinada) e informais. Nos dois primeiros mesesdeste ano, foram fechadas 304.642 operações, no valorde R$ 102 milhões, ou R$ 334,81 por contrato em média.“O microcrédito”, explicou Lenza, “é aprestação de serviços financeiros adequados esustentáveis para uma população excluídado sistema financeiro tradicional, com utilização deprodutos, processos e gestão diferenciados”. Por isso, aCaixa oferece cinco modalidades de empréstimos para atender asmais diversas necessidades da população: Micropenhor,Crédito Fácil Rotativo, Microcrédito ProdutivoOrientado, Microcrédito Mandato e MicrocréditoRepasse.O Programa Nacional de Microcrédito ProdutivoOrientado, por exemplo, foi instituído em 2004 com o objetivode prover as instituições de microfinanças defundos com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e dosdepósitos compulsórios (exigibilidade) que asinstituições financeiras são obrigadas adepositar no Banco Central.Esse programa é destinado afinanciar atividades produtivas e baseado no relacionamento entre ainstituição de microcrédito e o empreendedor,por meio de agentes de crédito. Segundo Lenza, essa parceria“ajuda a Caixa a chegar aos empreendedores que atuam nainformalidade e vivem à margem das operaçõesbancárias por falta de condição de manter contaem instituição de crédito. O banco oferece, semburocracia, capital capaz de atualizar o instrumento de trabalhodeles”, afirmou. Na Caixa, o programa de microcréditomais procurado é o Micropenhor, que trabalha com juros de 1,7%ao mês e é voltado para quem não tem saldo médioem conta corrente ou aplicação financeira acima de R$ 3mil, na Caixa ou em qualquer outro banco. A operação élimitada a R$ 1 mil por pessoa e o valor médio do créditotem sido de R$ 238. Nos dois últimos anos, o banco emprestouR$ 1,6 bilhão e beneficiou 670 mil pessoas. Hoje, a operaçãorepresenta 25% dos contratos da carteira de penhor.PeloCrédito Caixa Fácil Rotativo, disponibilizado na contasimplificada, o banco contabiliza mais de 2 milhões de pessoascom empréstimo pré-aprovado, o que corresponde a maisde R$ 400 milhões em limite disponível. Mas só163 mil pessoas recorreram a essa linha até agora, e o valortotal está em R$ 55 milhões. A liberaçãodos recursos é progressiva: começa com R$ 200 e podechegar até R$ 1 mil, com taxa de juros de 2% ao mês.Osmicrocréditos Mandato e Repasse funcionam em parceria com 26instituições de microfinanças conveniadas àCaixa. A função de tais instituições érepassar os recursos para empreendedores populares (pessoa físicae jurídica), dos setores formal e informal da economia. Maisde R$ 35 milhões já foram emprestados pelos doisprodutos e beneficiaram 11 mil pessoas.Pelo Mandato, aoperacionalização é delegada àsinstituições parceiras, e todas as etapas paraliberação do crédito, do atendimento àassinatura do contrato, são de responsabilidade da Caixa. Nocaso do Repasse, os recursos são disponibilizados àempresa, que trabalha de acordo com as regras do Programa Nacional deMicrocrédito Produtivo Orientado, repassando os recursos aosmicroempreendedores. Os créditos não podem ultrapassarR$ 10 mil por tomador e os juros máximos são de 3,9% aomês.