Embaixador diz que armazém humanitário não foi criado para promover o Brasil

02/03/2009 - 16h32

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O primeiro armazém brasileiro de ajuda humanitária internacional, inaugurado hoje (2), no Aeroporto Internacional Tom Jobim, não foi criado para favorecer a promoção do Brasil ao Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU).A informação foi dada pelo subsecretário de Cooperação e de Promoção Comercial do Ministério das Relações Exteriores (MRE), embaixador Ruy Nogueira, o terceiro na hierarquia do Itamaraty, ao participar da abertura do galpão.“O Brasil não faz nada com objetivo de comprar votos no Conselho de Segurança da ONU”, afirmou à imprensa.Segundo o embaixador, a criação do armazém, com capacidade para 14 toneladas de mantimentos, é um “ato de solidariedade”, “desinteressado”.“A ação humanitária tem sido cada vez mais um instrumento da política externa brasileira, que se caracteriza pela solidariedade às nações em desenvolvimento como o Brasil”, declarou.No entanto, o embaixador não descarta que a medida possa ajudar no “posicionamento do Brasil no cenário mundial”. “Em política, nada é de graça”, afirmou.O armazém foi criado por um grupo formado por 14 ministérios com o objetivo de agilizar o envio de ajuda humanitária a outros países. Em 2008, o Brasil destinou R$ 23 milhões para atender solicitações de 18 países.Por enquanto, o armazém guarda alimentos não-perecíveis, doados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que fará reposição imediata, após as remessas. Para armazenar remédios, ainda é preciso um convênio com o Ministério da Saúde.“Teremos um ramo internacional dos estoques que a Conab já utiliza para atuações humanitárias no Brasil”, explicou o embaixador.O local destinado ao armazém humanitário fica no terminal de cargas do Aeroporto Tom Jobim, em frente à Base Aérea, de onde partem aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) para operações em todo o mundo.Em uma das missões recentes, a FAB levou 15 toneladas de remédios e alimentos para atingidos com a guerra na Faixa de Gaza, em janeiro. Ao final do ano passado, 45 mil toneladas de arroz também foram transportadas a países do Caribe e da América Central, afetados por furacões.