Brasil Telecom e OI juntas não formariam uma supertele, diz especialista

21/12/2008 - 17h46

Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Aprovada pelo Conselho Diretor da AgênciaNacional de Telecomunicações (Anatel), a compra daoperadora de telefonia Brasil Telecom pela OI está cada vezmais perto de ser concretizada. Mas, segundo o presidente da Teleco,empresa de consultoria especializada em telecomunicações,Eduardo Tude, “chamar a nova empresa de supertele é umexagero”.Tude explica que um olhar limitado ao mercadonacional até poderia dar uma dimensão maior do que areal da empresa. De acordo com Tude, quando se observa o contextointernacional, vê-se que a participação dessegrupo é pequena até na América Latina. “O grupo ligado à American Movel/Telemar,que no Brasil é dono da Claro, teve em 2007 receita líquidade US$ 46 bilhões na América Latina, contra apenas US$16 bilhões resultantes da soma de receitas da Brasil Telecom eda OI”, afirmou engenheiro, especialista em telecomunicações.Para ele, se a compra for consolidada, será positivapara o consumidor brasileiro: “Ao juntar as duas empresas, teremosum grupo com porte similar ao dos dois grandes grupos que atuam noBrasil. É um mercado competitivo, e a entrada de um terceirogrupo certamente trará bons resultados para os usuáriosdo serviço.”Na enquete realizada pela Teleco sobrecomo o público avalia a compra da Brasil Telecom pela OI, 33%manifestaram-se contra o negócio; 44% disseram ser favoráveise 22%, favoráveis, desde que fosse como golden share, oque impediria a venda da empresa sem a anuência do governo.Se for efetivada a operação, a nova empresadeterá 50% da receita do setor em território nacional e64% dos acessos fixos instalados e terá alcance de 90% domercado geográfico. Para ser concretizado, o negóciodepende de aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica(Cade).