Presidentes de 33 países da América Latina e do Caribe reúnem-se na Bahia

14/12/2008 - 15h41

Mylena Fiori
Enviada Especial
Costa do Sauípe (BA) - Os 33 países da América Latina e do Caribe se reunirão,pela primeira vez na história, sem a presença dos Estados Unidos ou depaíses europeus. O encontro, convocado pelo Brasil, acontecerá logo após aCúpula de Chefes de Estado do Mercosul, terça-feira (16), na Costa do Sauípe, Bahia.Durante dois dias, os presidentes da região debaterão temas deinteresse comum na Cúpula da América Latina e do Caribe sobreIntegração e Desenvolvimento (Calc).A intenção é articularrespostas conjuntas frente às diferentes crises. “A agenda da cúpula étratar das questões relacionadas à integração e ao desenvolvimentodiante das crises que hoje nos ocupam, na agenda internacional dealguma forma:  financeira, de energia, alimentar, relacionada à mudançado clima”, resumiu, sem dar maiores detalhes, o diretor do Departamentoda Aladi e Integração Econômica Regional do Itamaraty, Paulo RobertoFrança.Com o inédito encontro, a região manda um sinal para omundo de que é capaz de tratar, sozinha, de seus interesses, a partirde uma perspectiva e agenda próprias.  Mas, de acordo com o diplomata, oencontro está longe de ser um contraponto a outras inciativas, como afracassada Área de Livre Comércio das Américas (Alca). “Não écontraponto a nada. Não é uma agenda contra alguma coisa, contra umprojeto, contra um país. Ao contrário, é uma cúpula com uma agendapositiva”, salientou França. França assegurou que não há qualquerpretensão de se alinhavar uma futura área de livre comércio na região.Tal tema sequer constará na declaração final dos presidentes. “Nãohaverá espaço, numa declaração dessa natureza, para dizer 'vamos chegarao livre-comércio', não é esse o espírito. O espírito é aprofundar aintegração”, garantiu, ponderando que o Mercosul já tem acordos de livrecomércio com praticamente todos os países da América do Sul – entreeles Chile, Bolívia, Equador, Venezuela, Colômbia e Peru. Ainda não háprevisão de que  reuniões como essa aconteçam regularmente, como ascúpulas do Mercosul e Ibero-Americana.Ao final do encontro depresidentes da América Latina e Caribe, será a vez do grupo do Rio sereunir, para oficializar a entrada de Cuba, aprovada em reuniãoministerial no México, no mês passado. O país não integra organismosmultilaterais regionais, como a Organização dos Estados Americanos(OEA). As cúpulas da Calc e do Grupo do Rio marcam a primeira viagem aoexterior do presidente cubano Raúl Castro, que substituiudefinitivamente Fidel Castro, em fevereiro deste ano.