"Brasil não é benevolente com países vizinhos", diz Samuel Pinheiro Guimarães

24/11/2008 - 23h20

Morillo Carvalho
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Em entrevista ao telejornal Repórter Brasil, da TV Brasil, o secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, falou sobre vários aspectos da política externa brasileira. Ele disse que “o Brasil não é benevolente” com os países vizinhos, nem assume uma posição imperialista, mas que defende a consolidação de infra-estrutura em todo o continente para assegurar a formação da União Sul-Americana de Nações (Unasul).“Um dos objetivos da política exterior brasileira é a da formação da União Sul-Americana de Nações (Unasul) e a integração física do continente para formar um mercado maior, inclusive maior para as empresas brasileiras. Também para os demais países, naturalmente. Para isso, é necessário a construção da infra-estrutura física do continente, rodovias, ferrovias, a parte energética e de comunicações. Como não temos infra-estrutura física, não há um mercado integrado”, disse.Samuel Pinheiro também falou das negociações do Brasil com outros países, sempre pautados pelo equilíbrio. “Em todas as negociações que tivemos com outros países, chegamos a um entendimento razoável. Para se ter uma idéia, nosso superávit comercial com a Venezuela é o maior que temos. São cerca de US$ 4,5 bilhões. Temos diversas empresas brasileiras atuando e investindo na Venezuela. Eventualmente há divergências comerciais, mas isso é comum entre países como é o caso entre os Estados Unidos e a União Européia”, defendeu.O secretário-geral do Ministérios das Relações Exteriores também falou sobre as negociações da Rodada Doha, de redução do nível legal de subsídios impostos pelos Estados Unidos (hoje de US$48 bilhões, com oferta na mesa de redução para US$14,5bilhões, em média), e das tarifas da exportação pela Europa, se consolidadas, trarão benefícios para a exportação de produtos agrícolas.