Conselho de idosos afirma que políticas avançaram, mas falta investimento

27/09/2008 - 12h35

Leandra Felipe
Repórter da Rádio Nacional
Brasília - Apesar de o DiaNacional do Idoso ter sido, há dois anos, transferido pelopresidente Luiz Inácio Lula da Silva para 1º de outubro –quando se comemora o Dia Internacional da Pessoa Idosa –, movimentos sociais de algumas cidades ainda aproveitam o dia de hoje(27) para lembrar os avanços e reivindicar as questõesainda sem solução. A populaçãoidosa do país é a que mais cresce. De acordo com oInstituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE), existemmais de 20 milhões de idosos no Brasil. O aumento, porém,não se dá apenas em número, mas em conquistas dedireitos, segundo a vice-presidente do Conselho Nacional dos Direitosdo Idoso, Ana Amélia Camarano. “Tivemos váriosavanços na execução de políticas para oidoso. Foi criado um banco de dados para catalogar e acompanharqualquer tipo de violência contra o idoso, familiar ouinstitucional. O Ministério da Saúde passou adesenvolver ações específicas para esse público,como as campanhas de vacinação, e o Ministériodas Cidades também passou a destinar uma parcela do fundo dehabitação à população idosa”,enumera.Apesar dos avançosda Política Nacional do Idoso, estabelecida em 1994, AnaAmélia Camarano admite que há questões ainda nãoresolvidas. Uma delas é a responsabilidade das famíliasde cuidar dos idosos. A Constituição define que cuidardos mais velhos é obrigação dos parentes.“Mas, e quando afamília não quer cuidar do idoso? E quando nãotem condições para isso? Os gestores públicosdeixam de apoiar as famílias tanto financeiramente quantosocialmente nesta tarefa".A vice-presidente do conselho lembra que existem no no Brasil mais de 100 mil idosos emabrigos. E se falta apoio para as famílias, tambémfalta treinamento para os cuidadores das casas de abrigo e supervisãodesse tipo de serviço.