Estados Unidos retaliam Morales e expulsam embaixador da Bolívia no país

11/09/2008 - 22h15

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Em retaliação ao presidente Evo Morales, o governo dos Estados Unidos decidiu hoje (11) expulsar do país o embaixador da Bolívia no país, Gustavo Guzmán. A medida, alegou o Departamento de Estado norte-americano, seguiu os princípios diplomáticos internacionais, segundo os quais um país pode reagir a ações hostis de um país com medidas semelhantes.“Em resposta a uma ação desmotivada e de acordo com a Convenção de Viena [acordo do século 19 que rege a diplomacia internacional], informamos oficialmente o governo da Bolívia da nossa decisão de declarar o embaixador boliviano nos Estados Unidos, Gustavo Guzmán, persona non grata”, informou o Departamento de Estado em nota.Com relação aos conflitos entre governo e oposição que atingem a Bolívia, o Brasilreiterou hoje (11) o apoio a Evo Morales. Oassessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais,Marco Aurélio Garcia, afirmou que o Brasil não irá tolerar "uma ruptura do ordenamento institucional boliviano". O presidente daVenezuela, Hugo Chávez, defendeu uma intervenção na Bolívia em caso de golpe. Chávez disse que apoiará qualquermovimento armado, caso a oposiçãoderrube o governo de Morales. Até o momento, os conflitos na Bolívia já deixaram oito mortos e 20 feridos. Ontem (10), o presidente boliviano, Evo Morales, decidiu expulsar o embaixador norte-americano no país vizinho, Philip Goldberg. O chefe de Estado alegou que o diplomata atuava de forma antidemocrática e conspirava contra a unidade do país.Ao anunciar a retirada do embaixador, Morales, afirmou ainda que a decisão representa uma homenagem à “luta histórica do povo boliviano contra o modelo neoliberal e contra toda forma de ingerência estrangeira”.Hoje mais cedo, o Departamento de Estado tinha emitido comunicado em que considerava um erro grave a expulsão de Goldberg. O governo dos Estados Unidos alegou que o ato de Morales prejudicou as relações entre os dois países e terá impacto principalmente no auxílio fornecido pelos norte-americanos no combate ao tráfico de drogas e em projetos de desenvolvimento.