Assessor da Presidência da República considera grave a crise na Bolívia

10/09/2008 - 23h00

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, classificou de grave e instável a situação na Bolívia. Segundo ele, a explosão de parte de um gasoduto no vizinho não deve comprometer o abastecimento de gás no Brasil. Garcia conversou por telefone com o vice-presidente do vizinho, Álvaro García Linera, para saber sobre os acontecimentos. Ele também recebeu o ministro das Finanças da Bolívia, Luiz Alberto Arse, no Palácio do Planalto. “Eu diria que a situação é grave. Houve invasão de prédios públicos, atentados terroristas. Não há uma situação de normalidade, isso não é normal. As informações que o vice -presidente me deu são de que as coisas vão se normalizar”, disse o assessor. “Nós temos evidentemente preocupação com a estabilidade com qualquer país da Améria do Sul, ainda mais com nossos vizinhos”, completou.Segundo ele, a explosão de um gasoduto na Bolívia não deve prejudicar muito o fornecimento de gás para o Brasil. De acordo com o assessor, o corte deve prejudicar mais a Argentina.“A estimativa é de que isso poderia afetar em torno de 10% [do fornecimento de gás], mas não imediatamente, por causa das providências que a Petrobras tomou. Tem uma reserva e o governo boliviano se comprometeu em rapidamente reparar em alguns dias, mas acho que não vai haver comprometimento”, afirmou.De acordo com informações da BBC Brasil, serão 3 milhões de metros cúbicos a menos por dia para o mercado brasileiro.Questionado se realmente houve uma explosão, Garcia respondeu: “Eles mexeram em uma válvula e pegou fogo”. A suspeita é de que o ato tenha sido feito por opositores ao presidente Evo Morales. Garcia não quis comentar a decisão de Morales de expulsar o embaixador dos Estados Unidos, alegando se tratar de um problema interno de outro país. Morales chamou hoje (10) o embaixador dos Estados Unidos, Philip Goldberg, de persona non grata e orientou o chanceler David Choquehuanca a expulsá-lo imediatamente do país, conforme a Agência Boliviana de Informação (ABI), que é estatal.