Jobim garante que privatização de Galeão e Viracopos não prejudicará Infraero

08/09/2008 - 22h41

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, garantiu hoje (8) que a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) não será prejudicada pela concessão para a iniciativa privada de dois dos 67 aeroportos públicos hoje administrados pela estatal.Segundo o ministro, o governo já tomou a decisão política de privatizar os aeroportos internacionais de Viracopos, em Campinas (SP), e Tom Jobim, o Galeão, no Rio de Janeiro. Para ele, a perda de receitas da Infraero será sanada com uma “reorganização interna” da estatal.“A decisão política já está tomada. Agora é só uma questão técnica”, afirmou Jobim. “O BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] vai fazer o estudo e então será decidida a concessão dos dois aeroportos, além da concessão para a construção do novo aeroporto de São Paulo”.Na semana passada, Jobim já havia explicado que é necessário desafogar o tráfego aéreo nos dois principais aeroportos paulistas, Guarulhos e Congonhas, além de garantir a infra-estrutura do Galeão, já que o Brasil sediará a Copa do Mundo de 2014 e o Rio é candidato a sediar as Olimpíadas de 2016. Para o ministro, a administração privada irá proporcionar maior agilidade na realização das obras necessárias.“Precisamos de agilidade e o problema não é com a Infraero, mas sim do sistema público, com [a necessidade] de licitações e uma série de demandas”, afirmou Jobim.Em junho deste ano, o presidente da Infraero, Sergio Gaudenzi, disse que a transferência do Galeão para o governo do Rio de Janeiro, conforme propõe o governador Sérgio Cabral, ou para a iniciativa privada desequilibraria as contas da estatal.Na ocasião, Gaudenzi afirmou que é das receitas obtidas com os 12 aeroportos lucrativos - entre os quais o Galeão ocupa lugar de destaque - que a Infraero retira parte importante dos recursos utilizados para pagar suas contas e manter os investimentos em outros 55 terminais que dão prejuízos à estatal.“Como é que eu faço com os aeroportos [deficitários] na hora em que eu entregar [os lucrativos]?”, questionou Gaudenzi. “Os recursos vão ter que sair do Orçamento da União. Ou seja, todo cidadão vai pagar [pela manutenção e melhoria da infra-estrutura aeroportuária], mesmo quem não viaja de avião”.Além de 67 aeroportos, a Infraero também administra 80 unidades de apoio à navegação aérea e 32 terminais de logística de carga. Entre os aeroportos estão alguns que, segundo a própria estatal, sequer recebem vôos comerciais regulares, mas que tem um importante papel por contribuir para a presença e a soberania nacional em áreas longínquas. Juntos, os aeroportos da estatal concentram cerca de 97% do movimento do transporte aéreo regular do país.