Senador defende nova CPI para investigar suspeita de envolvimento da Abin em grampo

04/09/2008 - 22h13

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O senador Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB no Senado, defendeu hoje (4) a abertura de uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as suspeitas de grampos telefônicos que teriam sido feitos pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin).De acordo com a edição desta semana da revista Veja, a Abin teria grampeado o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e o presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN),  além dos senadores Arthur Virgílio, Demóstenes Torres (DEM-GO), Tião Viana (PT-AC), Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Álvaro Dias (PSDB-PR). Os ministros da Casa Civil, Dilma Rousseff, e das Relações Institucionais, José Múcio (Relações, e chefe de  gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, igualmente teriam sofrido escutas realizadas pela agência.Virgílio também defendeu a demissão do diretor-geral afastado da Abin, Paulo Lacerda. “Se ele não sabia, não serve para dirigir a Abin, porque teria sido um líder deficiente. Se sabia, aí mesmo é que não poderia estar à frente de um órgão que deveria servir de maneira democrática ao Estado brasileiro e que se  colocou à serviço de grupelhos”, atacou.Na avaliação senador, será fácil conseguir as 27 assinaturas necessárias para a criação de uma nova CPI dos grampos, mas afirmou que a instalação deve ocorrer somente após o primeiro turno das eleições.O parlamentar participou do 20o Fórum Nacional , no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que também contou com as presenças do ministro da Justiça, Tarso Genro, e do presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP).A possibilidade da criação de uma outra CPI no Congresso para investigar os grampos telefônicos, paralela a que já funciona na Câmara, é considerada desnecessária por Chinaglia: “Eu não tenho nada contra outra CPI, mas alerto que ela pode chegar a lugar nenhum, o que é ruim”.