Empresários do Pará se comprometem a comprar apenas madeira de origem legal

18/07/2008 - 21h32

Bianca Paiva
Repórter da Rádio Nacional da Amazônia
Brasília - O ministro do MeioAmbiente, Carlos Minc, assinou hoje (18), em Belém, com agovernadora do Pará, Ana Júlia Carepa, e empresáriosdo setor madeireiro, o Pacto pela Madeira Legal. O objetivo épromover a produção, o uso e o consumo sustentáveldos produtos madeireiros da floresta amazônica. Pelo acordo, asempresas paraenses assumem o compromisso de só adquirirprodutos de origem florestal de fontes legais e sustentáveis.E também se comprometem a informar aos órgãoscompetentes eventuais irregularidades que ameacem as atividades daárea de manejo. De acordo com o diretorexecutivo da Associação das IndústriasExportadoras de Madeiras do Estado do Pará (Aimex), Justinianode Queiroz Neto, em contrapartida o governo vai aumentar a oferta demadeira legal."O mercado precisa de madeira. Na verdade, aoferta que existe hoje é baixa e com muitos problemas. Olicenciamento ocorre de forma demorada, imprevisível, nãohá um prazo exato para os projetos serem aprovados e issodificulta o abastecimento do mercado", defendeu."Mas aproposta é essa, é uma via de mão dupla,reforçar o compromisso das empresas de adquirirem de fontesustentável e, ao mesmo tempo, o Ministério do MeioAmbiente, por meio do Ibama, e a Secretaria de Meio Ambiente doestado dar ênfase, dar mais agilidade na aprovaçãodisso, sem abrir mão do rigor", acrescentou odiretor.Para Justiniano, os madeireiros sempre foram criticados econsiderados os "vilões do desmatamento", mas hoje,na opinião dele, o setor pode ser um grande aliado napreservação das florestas. "As pesquisas e osestudos atuais mostram que isso não é verdade, existemoutras atividades econômicas que avançam sobre afloresta. Nós não somos levianos, sabemos que existeparte do setor que infelizmente atua na clandestinidade e isso temque ser combatido", defendeu. O Ministério doMeio Ambiente e o governo do Pará estabeleceram como meta arealização de concessões florestais de quatromilhões de hectares, em florestas públicas federais ouestaduais, até o final de 2009. O Instituto do Homem eMeio Ambiente da Amazônia (Imazon) também aderiu aopacto pela madeira legal. A organização-não-governamentalvai fazer o monitoramento externo do acordo e fiscalizar todas asáreas de projeto de manejo no estado do Pará.