Médico adverte que Brasil pode ter mais casos de câncer de próstata do que mostram estatísticas

10/05/2008 - 18h32

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - OBrasil pode ter mais casos de câncer de próstata do quemostram as estatísticas oficias, na opinião do presidente daSociedade Brasileira de Urulogia, José Carlos de Almeida, em entrevista à Rádio Nacional. OInstituto Nacional do Câncer estima que haverá 49.530 novos casos das doença neste ano,mas Almeida considera a quantidade subavaliada.

"NosEstados Unidos, onde existe um controle muito grande da doençahá cerca de 100 anos, com  avaliação periódicaano a ano, são quase 150 mil novos casos por ano. O Brasil temessa essa cifra de 49 mil, mas pode ser  mais", disse.Segundo ele, existe um problema grave de notificaçãono país.

Durantedois dias reuniram-se em Brasília quase 60 profissionaismédicos urologistas para discutir o assunto e elaborar um documento para ajudar a delinear a PolíticaNacional de Saúdedo Homem, que deverá ser lançada em agosto peloMinistério da Saúde.

Ao fazer um balanço da iniciativa, Almeida destacou a importância da urologia, por ser a especialidade médica mais procurada pelo  homem, que busca tratamento para problemas de disfunção erétil e urinários. A sexualidade masculina, ocâncer de pênis e outras doenças ligadas a áreascomo a cardiologia, psiquiatria e gastroenterologiatambém estavam em pauta.

"Issopara melhorar a assistência em um país heterogêneo,com dificuldades materiais e humanas para fazer frente aos problemasenfrentados pelo homem brasileiro", disse.

Umdos grande problemas na detecção da câncer dopróstata decorre de questões culturais, já que o homembrasileiro que tem preconceito e desconhece a importância doexame, chamado de toque retal. Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Urologiao exame é o mais importante, devido à confiabilidade eao baixo custo. Outro exame importante é teste do antígenoprostático (PSA) , feito em laboratório atravésda coleta de sangue, que deve estar associado ao toque retal.

"Hámuito tabu e desinformação sobre oexame do toque retal. É um exame rápido e objetivo. Oespecialista quando toque a protáta ele sabe se existe umtumor nódulo endurecido e se é um câncer.",informou.

Omédico alertou que quem teve pai ou irmão com adoença deve começar a fazer os exames anualmente apartir dos 40 anos. Caso não exista histórico familiar da doença, os exames podem ser iniciados aos 45 anos de idade.